A infraestrutura é essencial no universo dos eSports, com a Europa e os Estados Unidos sendo os melhores exemplos disso. Porém, aqui no Brasil, a região Norte desafia essa necessidade com uma estratégia diferente, e tem rendido bons resultados para os atletas profissionais. O Sudeste também possui bons números no setor, mas é o fruto de um alto investimento na estrutura das organizações. Isso mostra como o mercado dos games aqui no país é variado e inovador.
Nos últimos dois anos, o mercado dos games conseguiu um forte crescimento em todo o Brasil. Segundo dados da Newzoo, o país deve encerrar 2021 com um faturamento de US$ 2 bilhões neste setor. Isso representa um aumento de 5% se compararmos com o ano passado, o que pode ser visto como algo positivo. Entretanto, isso não significa que todo esse dinheiro venha de forma igualitária de todos os estados brasileiros. Na verdade, são algumas poucas regiões que concentram esse mercado digital.
O estado de São Paulo, por exemplo, é uma referência no mundo dos games, pois concentra o maior número de empresas, organizações e profissionais que atuam no setor. Além disso, a capital paulista também costuma ser o palco principal de feiras, festivais e até mesmo torneios oficiais de eSports. Tudo isso ajuda a entender porque algumas cidades, como é esse o caso, acumulam mais investimento, faturamento e até mesmo iniciativas de gamers.
Recentemente, os bons resultados deste setor fizeram com que o Governo de São Paulo ampliasse o investimento feito nessa direção. Uma reportagem da Uol mostrou o novo gasto público de R$ 20 milhões no mercado dos games na região. A ideia é fazer com que mais pessoas tenham condições de criar eventos e organizações que ajudem na economia paulista. Afinal, o impacto dos games no âmbito econômico é crescente, como mostramos nos dados divulgados pela Newzoo.
Norte se destaca com menos dinheiro
Apesar de toda a infraestrutura no Sudeste, principalmente com São Paulo, outras regiões do Brasil conseguem destaque nos games com estratégias diferentes, principalmente nos eSports. Uma reportagem do blog Betway Insider mostra como o Nordeste está conseguindo se destacar, mesmo sem o dinheiro que é mais comum no Sul e no Sudeste. A região costuma receber muitos incentivos, alguns deles até mesmo de órgãos públicos que fazem a diferença.
Por exemplo, o artigo conta que, desde outubro deste ano, a cidade de Manaus sancionou uma lei que reconhece os jogos eletrônicos como uma modalidade esportiva. Apesar de parecer algo apenas simbólico, essa mudança faz com que os investimentos e os apoios públicos sejam maiores para os atletas. Essa é a forma com que a região consegue se destacar, mesmo com pouco capital para infraestrutura.
Essa estratégia tem conseguido bons resultados, principalmente se olharmos para o Free Fire. O site de esports bets Betway fez um levantamento com 40 jogadores profissionais do jogo visando descobrir a origem de cada um deles. O Amazonas surpreendeu ao ser a casa de 18% dos entrevistados, ficando empatado com Minas Gerais, e perdendo apenas para São Paulo. Isso chama a atenção de outras regiões, e o Nordeste tem buscado copiar a ideia para conseguir os mesmos resultados.
Berço dos jogadores
O Free Fire não é o único game onde o Norte consegue algum destaque. No League Legends, jogo mais popular do Brasil nos torneios de eSports, não é difícil encontrar bons jogadores da região que conseguiram destaque no Brasil. Esse é o caso do amazonense Alexandre “TitaN” Lima, tricampeão do Campeonato Brasileiro de League of Legends com a RED Canids. Esse é o resultado de um engajamento da comunidade, além do apoio do estado, que consegue superar a falta de infraestrutura para revelar bons nomes no eSports.
A cidade de São Paulo continua sendo a principal referência neste sentido, mas isso é obrigatório pelo montante de dinheiro investido no setor. Porém, a região Norte mostra que essa não é a única fórmula de sucesso. O apoio de órgãos públicos também pode ser uma forma de conseguir crescer no eSports, principalmente para os jogadores profissionais. Talvez, em um futuro próximo, isso faça com que algumas organizações do Norte também causem impacto no Brasil.
