Crítica | Rainbow Six Siege é um game apenas para fãs de FPS

Rainbow Six Siege é um clássico da franquia Tom Clancy’s em praticamente todos os aspectos. Anunciado lá em 2014 na E3, o FPS da Ubisoft consegue avançar em tantos pontos na geração atual de consoles, modificando o próprio gênero, como consegue pecar em conceitos básicos para jogadores hardcore em praticamente todos os gêneros. Entretanto, aí que a coisa realmente pega: Rainbow Six Siege foi feito apenas para jogadores de shooters.

Siege é bem construído e vale mencionar que é lindo em sua própria essência. Desde gráficos perfeitamente polidos, sem terríveis cortes ou falhas de pixels, até ambientes feitos mesmo para o combate, o jogo simplesmente tem aquele agrado visual desde o inicio. Você pode sentir o ambiente lá como uma parte verdadeira do game – e não apenas um visual complementar – que vai desde quebrar objetos até destruir paredes inteiras para uma tática mais agressiva. Siege é cheio de suas táticas e isso nos leva ao ponto mais importante já mencionado acima: Raibow Six Siege não é para qualquer um.

Com um sistema de upgrades sofrível, Siege permite ao jogador adquirir alguns personagens melhores para enfrentar as partidas, porém, você não poderá usá-los se alguém já estiver usando. Então acaba com um personagem aleatório dependendo das suas compras praticamente inexistentes de armas. Dessa forma, o player é simplesmente jogado na cova dos leões. Diferente da maioria dos jogos FPS, cada partida de Siege é única. Não há um sistema de renascimento e sua energia não regenera. A cooperação com seus colegas de jogo deve ser (além de frustrante) completa. Qualquer erro em alguns dos cenários incrivelmente repetidos – existem poucas variações de multiplayer, fazendo com que um jogador ocasional perca o interesse bem rápido – fará você ser morto e esperar a partida acabar. Por isso, aquelas táticas da SWAT são bem vindas: cheque bem os cantos, o teto, as janelas e espere pelo melhor.

Enquanto um jogador inveterado de FPS pode sentir-se levemente frustrado por não existir nenhum respawn ou morrer rápido devido ao seu impulso de correr e atirar, um jogador mais casual pode não achar nenhum atrativo em Rainbow Six Siege devido a falta de uma campanha single player. Além de 11 missões, quais são, apesar de tudo, interessantes, Siege não apresenta nenhuma campanha com um modo história realmente consistente capaz de pegar um jogador e surpreendê-lo. Isso, infelizmente, é uma pena. O jogo entrega um dos melhores comandos já vistos no gênero, com um cover maravilhoso para um FPS, um sistema de escaladas com rapel e a oportunidade de utilizar o stealth em um game que está longe dessa área. Seria, de fato, mais proveitoso aplicar uma campanha do que as 11 missões feitas para “preparar” o jogador ao mundo lá fora.

Entre alguns aspectos negativos e outros positivos, deixando Rainbow Six Siege no meio da balança comparado aos demais jogos, qualquer erro fatal de conexão pode tornar a sua experiência de Siege miserável. No Brasil, em que a internet de uma maioria não colabora, Siege pode não ser a melhor aposta. Os servidores de Rainbow Six não são estáveis para conexões abaixo da média, ocasionando expulsões automáticas e quedas no meio do jogo. Além disso, você ainda precisará enfrentar as telas de carregamento mais lentas da história (Rainbow leva o prêmio antes pertencente a GTA V) para voltar ao menu, sendo que seu equipamento não pode ser alterado no meio da partida. Ponto negativo.

Rainbow Six Siege é, sem dúvidas, o melhor jogo de FPS em um gênero visivelmente esgotado. Apesar de seus altos e baixos, como entregar gráficos belíssimos, mas deixar de fora mais modos de jogo, o game consegue fazer honra ao legado de espionagem Tom Clancy e fisga jogadores de outras franquias de FPS. Entretanto, infelizmente Siege não oferece muito para jogadores casuais indispostos a enfrentar o game com todas as suas forças, permanecendo na média em um mercado cheio de títulos promissores lá fora.

Rainbow Six Siege está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.