Crítica | Batman: Arkham Knight

Batman: Arkham Knight marca o final da trilogia do Cruzado Encapuzado. O game começou em 2009 com inicio glorioso, abrindo uma sequencia com um dos heróis e vilões mais famosos da cultura pop – Batman e Coringa, respectivamente – e que representam o bem e o mal. A força de vontade do indivíduo sem poder e a força de querer destruir tudo que o homem criou e espalhar a insanidade. Focando nessa força de vontade indestrutível, um desejo de querer o melhor, a trilogia Arkham se encerra levando o Cavaleiro das Trevas ao limite enquanto assiste Gotham queimar sem poder fazer nada.

A premissa do mocinho contra o malvado é bem batida. Dificilmente há muito para ser explorado de um roteiro assim, especialmente quando o vilão supremo está morto. Agora, quase um ano após a queda de Arkham City, o Batman desapareceu. Com o Coringa fora das ruas, a criminalidade sumiu e Gotham City parece uma boa cidade para viver. Então a guerra acontece. Espantalho. Duas-Caras. Pinguim. O pior da humanidade corre solto por Gotham. A cidade implora por seu protetor. Nesta trama tão bem ambientada, feita para corresponder à expectativa criada pelos dois jogos anteriores e encerrar tudo com maestria, não temos mais um Batman onipotente. Há aqui um homem quebrado, atormentado pela morte do ser mais vil que andou por esta terra e por todos aqueles caídos em sua cruzada – como Barbara Gordon e Jason Todd. O Batman apresentado aqui precisa lidar com um novo vilão, chamado de Arkham Knight, e seus próprios tormentos, sem a ajuda de ninguém. O ponto alto do roteiro que encerra a trilogia com chave de ouro não está no confronto do bom e mau. Está no altruísmo e no verdadeiro significado de ser um herói. Esse significado é raro e difícil de ser explorado em um personagem como o Batman, sendo feito apenas algumas vezes pelas mãos de roteiristas como Frank Miller, Jeph Loeb e Scott Snyder. Apesar de tudo, a Rocksteady consegue passar o peso de ter uma cidade à sua proteção.

Não é novidade que a trilogia de games da Rocksteady conseguiu atingir feitos sem precedentes em cada um de seus games. Seja no Asylum, trazendo uma das melhores jogabilidade em games de heróis, ou em City, explorando Gotham como nunca visto antes. Novamente, a desenvolvedora conseguiu êxito. Arkham Knight mantém o mesmo padrão de jogabilidade, adicionando novos movimentos e deixando o jogo incrivelmente mais suave e mais rápido. Em matéria de jogabilidade, a inovação da vez é o Batmóvel. Apesar de um ser um pouco forçado no jogo – às vezes, o jogador é obrigado a usá-lo em sequências desnecessárias, como se o jogo quisesse exibir o veículo -, o Batmóvel é um complemento que faltava na franquia e tem batalhas de tirar o fôlego na cidade. Infelizmente, o veículo pode tirar um pouco a graça de voar por aí, encontrar confrontos com capangas e morrer no jogo.

Diferente de Batman: Arkham Origins (qual não foi desenvolvido pela Rocksteady), Arkham Knight raramente é vítima de bugs ou lags. Não há nenhuma tela de carregamento e o gráfico é um avanço digital na era das remasterizações. É incrível ver quanto a Rocksteady conseguiu evoluir de uma geração para a outra. Ainda há o sistema de troca de personagens em modo de batalha. Pode ser um pouco complicado e confuso, mas é possível pegar o jeito bem rápido. Lembrando também que agora Gotham City está realmente vinte vezes maior do que no game anterior e há mil e uma coisas para fazer. A trama central está lá, mas existem alguns bons vilões a serem capturados. Isto torna o jogo longo e faz valer o investimento, honrando a mitologia dos quadrinhos – não existe honra maior do que recriação do assassinato de Jason Todd e a Piada Mortal – e o slogan do game, Be The Batman (Seja o Batman, em tradução livre).

É raro ver uma franquia de filmes, jogos ou livros conseguir ser encerrada de forma tão bem conduzida e sem falhar miseravelmente. Obviamente, o game não é a prova de falhas e possui algumas, porém, a Rocksteady conseguiu fazer o Cavaleiro das Trevas deixar os consoles em grande estilo.

Batman: Arkham Knight está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.

  • Avaliação
4