A Cartoon Network, uma gigante do ramo de entretenimento (especialmente infanto-juvenil), entrou em parceria com a Raising Good Gamers (“criando bons jogadores/jogadoras”, em tradução livre), um projeto voltado para criar uma comunidade gamer mais saudável, combater o cyberbullying e disseminar práticas mais inclusivas nessa comunidade que é cada vez mais expansiva.
Uma união por uma comunidade gamer mais positiva e inclusiva
A parceria entre a Cartoon Network e a Raising Good Gamers parte da iniciativa feita pela Games for Change (“games pela mudança”) e o Connected Learning Lab (“laboratório de aprendizagem conectada”), da Universidade da Califórnia, para combater o cyberbullying e outras práticas nocivas entre o público gamer, especialmente infanto-juvenil.
Esta série de iniciativas se reforçaram como resultado do 2021 Games for Change Festival realizado este mês, e as temáticas de conscientização sobre o cyberbullying serão abordadas em episódios de animações como Adventure Time (Hora de Aventura) e The Amazing World of Gumball (O Incrível Mundo de Gumball).
Com o impacto positivo da cultura, o que inclui animações e outras formas de entretenimento, é possível trazer o debate sobre bullying, discriminação e seus efeitos para o centro da sociedade e, assim, enxergar a questão com uma ótica mais madura e responsável.
Conscientização e inclusão
A Cartoon Network já possuía uma iniciativa do gênero, a Stop Bullying: Speak Up (“pare o bullying: fale”), iniciada ainda em 2010 para promover conscientização sobre os prejuízos de comportamentos nocivos, através de campanhas publicitárias, palestras, workshops e outras medidas.
Agora, há um foco maior nas formas de discriminação online, especialmente entre o meio gamer. O objetivo é incentivar formas mais saudáveis de sociabilização virtual e mostrar que os games devem ser uma fonte de prazer, diversão e crescimento mútuo, e não de discriminação e marginalização.
O ponto fundamental é tirar qualquer tabu em relação ao assunto e criar uma comunicação direta com os jovens, pais, profissionais da educação e a sociedade como um todo, alertando para os danos e efeitos negativos das práticas de discriminação.
Questões fundamentais e tabus
Há uma preocupação crescente com o aumento do número de casos de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, automutilação, distúrbios alimentares e até casos de suicídio e, a relação entre esse aumento e práticas de discriminação.
Com acesso à internet, a exposição acaba sendo muito maior. Agora, não são só as formas convencionais em ambientes convencionais que geram estes problemas. O bullying não é mais algo restrito exclusivamente ao ambiente escolar, ele ganha espaço na internet e se manifesta de diversas formas.
Comportamentos tóxicos no mundo dos games
Há um debate cada vez maior sobre os comportamentos tóxicos na internet, principalmente em relação aos games.
Muitas vezes, a comunidade gamer é associada a nichos extremistas, onde racismo, misoginia, xenofobia, homofobia e outras formas de discriminação são difundidas e defendidas.
Parcerias como essa entre a Cartoon Network e a Raising Good Gamers mostram que a comunidade gamer é muito maior que estes redutos e que há formas de conscientizar os jogadores e criar uma comunidade mais saudável e divertida para todos.
É possível combater o bullying
É essencial criar uma conscientização e uma participação da sociedade como um todo, especialmente das famílias e dos profissionais de educação.
Os ambientes domésticos e escolares devem ser ambientes de acolhimento e apoio. Medidas simplesmente punitivistas não servem porque é preciso ir mais além, inclusive atendendo e dando apoio não só a quem sofre bullying mas também para quem o pratica, indo até a raiz do problema e evitando formas mais violentas de discriminação.
É importante monitorar as atividades online das crianças, já que os pais são responsáveis por elas. Saber lidar com a internet é fundamental.
E, para usuários em geral, há recursos que ajudam a proteger informações e dados pessoais, como as ferramentas de VPN, com opções de VPN para Mac, Windows, Linux e outros sistemas. Isso ajuda a evitar que, com acesso a informações pessoais por parte de terceiros, a vítima sofra violências que migrem da esfera virtual para a esfera física.
Pais, responsáveis, educadores e a sociedade em geral precisam abordar essas questões com maturidade, comprometimento e acolhimento, sem criar uma atmosfera ruim ou lidar com isso como algo “natural” ou um fenômeno social “marginal”.