A indústria de videogames pode ter perdido um visionário e o pai dos jogos de espionagem com a saída de Hideo Kojima da Konami. Pouco se sabe realmente sobre a separação da parceria, qual já datava bem mais de uma década, porém, houve sérias consequências. Não é novidade que sem seu criador as franquias e histórias estão fadadas a serem destruídas conforme são exploradas em busca de lucros exorbitantes e enredos sem fundamento nenhum com a trama original. Este é um dos temores maiores na franquia Metal Gear Solid, qual só é o que é devido a mente genial de Hideo Kojima. Afinal, requer pulso firme e uma imaginação incrível para criar e desenrolar uma das tramas mais complexas dos videogames.
Outra consequência que abalou a indústria foi o cancelamento do reboot da franquia Silent Hill. O jogo teria Norman Reedus (Daryl Dixon de The Walking Dead) como protagonista e traria uma parceria de Guilhermo Del Toro e Hideo Kojima. Vimos pela Playable Teaser do game que era praticamente impossível ter um material ruim dessa união.
Apesar de tudo, a causa do rompimento de Kojima com a Konami é incerta. Talvez essa semana uma fonte tenha dado alguma luz no assunto. Daley, co apresentador do The Codec Podcast, disse ter participado de uma entrevista com Rika Muranaka, ex-compositora da franquia. Segundo ela, Kojima decidiu deixar a Konami pelo motivo que separa o mundo: dinheiro. Aparentemente Kojima não estava sendo pago a quantia que deveria pela venda dos jogos, mas um salário fixo. Contudo, a trama não para por aí.
“A principal razão do desentendimento, na opinião dela, é que Kojima recebia um salário fixo e não tinha participação nenhuma nos lucros do jogo. Pagam a ele uma quantia exata, independente de qualquer razão, e ele estava gastando muito e atrasando o projeto, adicionando fundos para que o jogo fosse a maior e melhor coisa que poderia ser e a Konami estava insatisfeita. Ele estava gastando o orçamento e melhorando a Fox Engine, atrasando tudo porque a engine não estava pronta. A Konami não ficou satisfeita. Kojima estava recebendo seu salário, recebendo um pouco mais do que um desenvolvedor de jogos e não recebendo nenhum bônus.
Aos olhos dela [Rika Muranaka], o Kojima é fantástico e provavelmente o maior gênio da indústria, mas não tem nenhum senso sobre gerenciamento como a Konami gostaria que tivesse.Quando ele poderia, por exemplo, cortar pequenos cantos e diminuir a resolução de folhagens, ele queria que tudo fosse o mais polido e melhor possível. Rika disse que foi paga para escrever 30-40 músicas que acabaram não sendo usadas, e ele lhe dizia para escrever outra, outra e mais outra, porque ele apenas aceita o que gosta e sabe o que as pessoas querem ver e ouvir.
Ela trabalhou diretamente com Kojima, então realmente sabe algo, e acredita que a trilha sonora de MGS V vai sofrer porque ela não está na equipe. A Konami não quis bancá-la.“
Como tudo, existem dois lados da mesma moeda. Kojima provavelmente queria ser perfeccionista ao máximo e superar todas as expectativas possíveis sobre um mundo aberto, gastando o que não podia, enquanto a Konami está interessada em fazer algo como Metal Gear Rising: Revengeance. Enquanto isso, é de conhecimento geral que a Konami não tem dinheiro suficiente para investir em um jogo como Metal Gear, qual nunca teve retornos tão exorbitantes assim.
Você pode escutar o podcast aqui. A conversa se dá entre 1:45:00 e 2:03:00:
Fonte: Destructoid.