Crítica| Spotlight – Segredos Revelados a caminho do Oscar

Batendo novamente a porta do Oscar, temos mais uma problemática na questão das estreias atrasadas no Brasil: assim como O Grande Hotel Budapeste (2014), muita gente só vai se dar conta que está perdendo uma obra prima como Spotlight – Segredos Revelados, difícil de achar com a produção em massa da indústria cinematográfica atual, muito tempo depois de ouvir falar dela na premiação. A grande prova disso é que a bilheteria norte-americana da primeira semana, na data de novembro, chegou a casa dos milhões e a primeira semana em solo brasileiro, com estreia datada do dia 7 de janeiro, mal chegou nos cinquenta mil.

O roteiro de Tom McCarthy e Josh Singer trata do escândalo sexual envolvendo o alto escalão da igreja católica de Boston, que o jornal norte-americano The Globe escancarou em suas manchetes da seção ‘Spotlight’, especializada em grandes investigações de fraudes e crimes, no começo de 2002. Durante o enredo bem interligado do longa  acompanhamos a equipe chefiada por Walter Robinson (Michael Keaton) desvendar os pontos chaves sobre histórias de crianças abusadas por padres, antes sob os panos do sistema patriarcal da igreja, e encontrar a melhor maneira de fazer tal conduta ser exposta em uma cidade de alto teor cristão.

Com notáveis atuações, o destaque vai para Mark Ruffalo. Muitos atores acabam caracterizados por seus personagens e sempre serão reconhecidos por eles, não importando o filme. Já no caso de Ruffalo o que temos é o mais puro exemplo de um ótimo ator, que sabe se encaixar em todos os papéis e fazer com que tais tenham seu individual valor. Em Spotlight – Segredos Revelados, ele interpreta Michael Rezendes, um jornalista desapegado de qualquer valor que se depara disposto a qualquer coisa para ter a maior história de todos os tempos publicada e, assim, acaba por ser a ligação da produção com o público.

Por outro lado o personagem de Liev Schreiber, o novo editor do The Globe, Marty Baron, de quem se espera algo mais, acaba entrando no vácuo e se torna algo sem importância para a trama como um todo – mesmo sendo o responsável por trazer à tona a matéria antes esquecida por outros responsáveis.

Contando ainda com Rachel McAdams, John Slattery e Brian d’Arcy James-, o filme é uma desconstrução de ideais e vínculos que crescemos achando serem reais, já eleito o melhor filme do ano pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos.

  • Excelente
5

Resumo

O filme é uma desconstrução de ideais e vínculos que crescemos achando serem reais, já eleito o melhor filme do ano pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos.