Skinamarink: Canção de Ninar | Crítica

Divulgação/A2 Filmes

O gênero de terror pode ter se tornado monótono para algumas pessoas. No entanto, vez ou outra, surgem filmes disruptivos que fazem com que todos os olhos se voltem para essa produção. Há quem ame, há quem odeie, mas Skinamarink: Canção de Ninar é um desses filmes.

Skinamarink
Divulgação/A2 Filmes

Skinamarink: Canção de Ninar é um terror experimental, e de baixo orçamento, canadense. O filme segue a história de dois irmãos, Kaylee de seis anos e Kevin de quatro anos, que após um acidente acordam uma manhã e descobrem que as portas e janelas de sua casa desapareceram, assim como o pai. As crianças decidem passar a noite na sala de estar enquanto assistem desenhos antigos. Depois de uma noite de sono, situações estranhas começam a atormentar as crianças, objetos sumindo e sendo grudados nas paredes, vozes chamando por eles, ruídos e barulhos estranhos e alguém, ou algo, que está fazendo companhia para eles. 

Skinamarink mostra a sua estranheza desde os primeiros minutos de filme. É a partir dos takes longos com a câmera parada e enquadramentos estranhos que o longa se apresenta como algo diferente do que se está acostumado a ver, mesmo em produções com baixo orçamento ou underground.  

Aqui, o diretor Kyle Edward Ball, que faz sua estreia na direção de um longa metragem, brinca com o lúdico, com o terror psicológico e com os jumpscares “manjados”. O filme, ambientado em 1995, dá a impressão de ter sido gravado por uma câmera VHS, e os chuviscos e granulados da imagem ajudam a criar a assustadora sensação de dúvida que permeia o filme inteiro: será que eu realmente vi alguma coisa na tela ou foi apenas minha imaginação?

No entanto, o ritmo arrastado do filme pode incomodar um pouco, mesmo durante as cenas de tensão o filme quebrava o clima e voltava para a monotonia. A duração do filme pode parecer um pouco longa por conta dessas grandes quebras de tensão, mesmo que o filme tenha apenas pouco mais de uma hora e meia. 

A imersão também é algo que deve ser levado em consideração ao assistir Skinamarink. Assim como assistir a Um Lugar Silencioso em um local com muitos ruídos pode atrapalhar a experiência, assistir Skinamarink em um local claro e com muitos barulhos e distrações vai fazer com que o filme perca toda sua força. 

Em Skinamarink: Canção de Ninar a experiência pessoal pode ser algo que vai afetar a relação do público com o filme. Como alguém que passou a ficar sozinha em casa desde muito jovem e que tinha muito medo do escuro, assistir ao filme foi como voltar para a infância e lembrar dos medos que tinha naquela idade, das histórias de terror e dos monstros embaixo da cama. Portanto, essa foi uma experiência aterrorizante como nenhum outro filme de terror tinha conseguido proporcionar, a sensação de medo e de gelo na espinha foi algo constante durante toda a experiência. 

Skinamarink: Canção de Ninar é uma experiência cinematográfica diferente de todas as outras. O filme consegue nos levar de volta para a infância, da pior forma possível, dando vida aos piores pesadelos que tínhamos nessa fase da vida.

4.5

ÓTIMO

Skinamarink: Canção de Ninar é uma experiência cinematográfica diferente de todas as outras. O filme consegue nos levar de volta para a infância, da pior forma possível, dando vida aos piores pesadelos que tínhamos nessa fase da vida.