Silvio Santos Vem Aí é o novo longa sobre um dos maiores apresentadores da televisão brasileira. O filme, que chega aos cinemas no dia 20 de novembro, traz Leandro Hassum no papel de Silvio Santos. Com direção de Cris D’Amato e roteiro escrito por Paulo Cursino, ele revela os bastidores do programa que o consagrou como o maior comunicador do país.
A trama mergulha nos bastidores da TV e da política, revelando o momento em que, em 1989, Silvio se lançou como pré-candidato à presidência da República. A partir da relação entre Silvio e a publicitária Marília (Manu Gavassi), que investiga sua vida para construir a campanha e evitar surpresas de adversários políticos, o filme mostra um lado mais íntimo do apresentador, que sempre foi extremamente reservado fora dos estúdios. Marília vai trabalhar com Silvio e, embora a princípio ela fique desconfiada, aos poucos vai sendo conquistada pelo seu carisma. Regiane Alves interpreta Íris Abravanel, empresária que foi casada com o apresentador. Marcelo Laham, Gabriel Godoy e Hugo Bonemer também estão no elenco do filme, que conta com a participação especial de Vanessa Giacomo.

No dia 10 de novembro, tivemos a oportunidade de assistir ao filme e de participar da coletiva de imprensa, que contou com a presença de Leandro Hassum, Manu Gavassi, Marcelo Laham e Regiane Alves, da diretora Cris D’Amato e da produtora Veronica Stumpf. Saiba o que rolou no bate papo com a equipe do filme:
Para começar, a produtora Veronica Stumpf, da Paris Entretenimento, explica que o filme foi feito como uma homenagem ao maior comunicador do Brasil e não contou com a participação da família de Silvio Santos. “Esse é um projeto antigo, a gente começou a pensar nele em 2017 ou 2018, mas teve uma pandemia no meio do caminho e tivemos que adiar um pouco a filmagem. A gente quis homenagear esse homem. Todo mundo que trabalha com audiovisual ou que experimenta a televisão ou cinema no Brasil, passa por Silvio Santos. Acho que o Silvio é um ícone, um homem extraordinário e merecia ser eternizado na tela do cinema. O cinema eterniza as pessoas e a gente queria contar uma história bonita sobre ele”.
“O filme conta a história do Silvio por um recorte importante do nosso país, que é a história da primeira eleição democrática depois da ditadura. é uma coisa importantíssima hoje pros nossos jovens brasileiros entenderem o que se passava naquele momento. Então, a gente escolheu esse recorte para homenagear o Silvio. A gente consegue ver quem era Silvio, seus valores, seus princípios através de um recorte importantíssimo do nosso país. Essa foi a nossa ideia, Paulo Cursino foi muito feliz em seu roteiro, um agradecimento especial à ele”, a produtora completa.
Quando se fala em Leandro Hassum, as pessoas automaticamente pensam em comédia. Porém, apesar de ter seus momentos feitos para o riso, Silvio Santos Vem Aí não é um filme do gênero e trabalha muito mais com o drama. A diretora Cris D’Amato contou um pouco sobre como foi saber que o ator faria o protagonista,“eu sabia que o Leandro iria fazer o Silvio Santos muito bem, o que era um risco, porque já haviam feito o Silvio Santos tanto no cinema, quanto no streaming. As pessoas que estavam filmando com a gente, as figurantes que faziam a plateia, no dia que ele entrou, começaram a chorar. Isso me marcou”.
“Apesar de comediante, eu nunca imitei o Silvio Santos. Continuo não sabendo imitar o Silvio Santos”, revela Leandro Hassum sobre ser o escolhido para o papel. “Eu não quero ser uma imitação do Silvio Santos, eu quero pegar aquela energia que o Silvio Santos trazia, que preenchia os domingos da minha geração e da geração de muitos aqui, que viviam o domingo inteiro com o som do Silvio Santos entrando na cabeça”, ele completa. O ator também disse que a preparação corporal, o figurino e todo o trabalho da equipe que trabalhou para que ele virasse Silvio Santos, o ajudaram muito a compor o personagem.
“Eu não pego o texto dos meus filmes em casa para estudar, eu decoro na hora. Para fazer o Silvio eu estudava antes de ir para o set. Porque não é um filme do Hassum, é a história do Silvio Santos. Então eu estudava como eu ia falar, mas eu não gosto de decorar porque eu gosto que a diretora me diga o tom, eu decoro fazendo, mas eu estudava o que eu ia fazer, como eu ia me comportar, o gestual e em que momento eu ia deixar para falar como o Silvio. Junto com a Cris e com esse time maravilhoso a gente conseguiu isso”, concluiu o ator sobre o seu processo para viver o personagem no cinema.
Leandro Hassum ainda contou um detalhe de produção que fez toda a diferença, “a produção teve a delicadeza também de chamar as colegas de trabalho mesmo, algumas das pessoas que estavam ali assistiam ao programa do Silvio. Quando eu entrei, uma senhora me pegou pelo braço chorando, foi uma responsabilidade tremenda”.
Outro ator que domina a comédia, mas aparece em um papel que foge um pouco do que está acostumado a fazer é Marcelo Laham, que interpreta o chefe de Marília, um marqueteiro de campanha, que trabalhou durante a candidatura de Silvio Santos. Segundo o ator, “é tão automático a gente ser colocado nessa gaveta do humor, que quando eu comecei a ler o roteiro eu pensei ‘isso é outra coisa’. A gente é tão colocado nesse lugar, que, quando você é desafiado à fazer outra coisa, a gente tem outras cartas para oferecer. É muito mais legal poder sair da sua zona de conforto e é tão divertido quanto. E como tem o lado desafiador, fica melhor ainda”.
Cris D’Amato ainda falou sobre a personagem de Manu Gavassi e a relação dela com o protagonista. “Através de um olhar feminino, que é o olhar da Marília no filme, a gente conta esse pedacinho da história de homem. Porque, fazer um filme sobre Silvio Santos é uma saga, né gente? E assim, esse recorte escolhido é pouco conhecido, ele vai ficando conhecido ao longo do filme, através da Marília. Isso é pra mim um filme muito interessante, de verdade”.
“Eu acho muito curioso e muito inteligente da parte do Cursino de ter trazido uma mulher para conversar com esse cara que em muitos momentos foi considerado machista, foi considerado homofóbico, foi considerado extremista e tudo mais. E aí trazer a natureza desse cara, o porque desse cara ser tão genuíno. O Silvio é, eu digo é porque ele é insubstituível, ele como comunicador é insubstituível porque ele foi autentico o tempo todo, queira você gostar ou não”, completou Leandro Hassum.

Como já dito, Marília, a personagem de Manu Gavassi é quem vai levando o público a conhecer melhor Silvio Santos e os bastidores tanto de seu programa quanto de sua vida. A atriz confessa que em um primeiro momento, achou estranho ter sido chamada para o papel, mas que ao ler o roteiro entendeu que era escolha certa por também ter um “jeitinho questionador, rebelde”. Ao continuar sua leitura, ela revela ter percebido que “ela não tinha medo do chefe dela, interpretado pelo Laham, ela não tinha medo de figuras de poder. Então, era uma mulher moderna para a época e uma mulher que se encaixa na mulher de hoje. Fiquei muito feliz de ter sido convidada. Eu acho que eu tenho um pouco disso na minha personalidade e por isso viram potencial em mim. E acho que essa troca que existe dela com o Silvio é muito legal porque ela assume desde o início que não é a pessoa certa para o trabalho porque ela nem sabe se gosta do Silvio Santos. E ela é convencida durante o filme, passando o tempo desse mundo encantado que parecia um circo. É muito legal você olhar pro SBT dessa época, porque tem uma magia diferente. Ela se dispõe a entender que é essa pessoa. Achei o roteiro muito inteligente nesse sentido e fiquei feliz de fazer”.
Em relação à química e a dinâmica entre Manu Gavassi e Leandro Hassum, a atriz revela que tudo aconteceu de forma muito natural ainda na leitura dos roteiros. “eu acho que o personagem dela, o que faz a bola correr, é justamente que ele questiona e ela ‘pau’. Que jornalista teria naquela época a coragem de questionar uma resposta do Silvio?“, diz o ator sobre o papel da colega.
“Eu achei muito legal a ideia de chamarem o Hassum para interpretar o Silvio porque, nossa, que doido, uma figura extremamente popular, com um público apaixonado e que faz muito sucesso interpretando outra figura. Eu achei muito doido esses universos se cruzarem e eu achei muito bom. Eu já cheguei instigada com esses diálogos de confronto que ia ter e com a escolha do Hassum. Acho que na leitura, a gente se respeitou muito”, diz Manu Gavassi. A atriz também revelou que estava grávida durante as gravações e que, de início, ninguém sabia. “Era uma montanha russa de emoções, afinal eu estava grávida. E a barriga crescia, então tinha que ir rasgando as calças e também não dava mais pra me filmar de lado. Foi uma experiencia muito única passar pro isso trabalhando, que é o que eu gosto”.
Outra figura feminina importante do filme é Regiane Alves como Iris Abravanel, a esposa de Silvio. Ela falou sobre como foi trabalhar com Leandro Hassum e interpretar essa pessoa real que foi um pilar na vida do apresentador. “Desde a prova de corpo já começou uma intimidade com o Leandro. Ele é um cara que sempre admirei muito, pelo timing dele, pela carreira, por toda essa transformação”.
“Sempre quando tem esse homem forte, pode ter certeza que essa mulher por traz é tão poderosa quanto essa pessoa. E ela era realmente essa mulher dos panos quentes. Acho que ela tem uma força tão grande, que é uma mulher tão observadora, que o fato dela ter feito a carta, fez com que ele mudasse ali no momento e realmente valorizasse o que era importante, que é a família, e seguisse em diante com o programa dele”, disse a atriz que começou a carreira no SBT, na novela Fascinação e teve Silvio presente em sua vida.
Silvio Santos Vem Aí chega aos cinemas em 20 de novembro, com distribuição da Paris Filmes.