Shadow Force, o mais recente thriller de ação e romance da Lionsgate, infelizmente cumpre a promessa de seu título: é tão genérico quanto parece. Dirigido e coescrito por Joe Carnahan, o filme carece de originalidade e energia, apresentando-se como uma experiência cinematográfica tão insípida quanto um bombom velho recheado de balas.
Carnahan, conhecido por trabalhos mais vibrantes como “A Última Cartada” ou “Boss Level“, parece estar no piloto automático, resultando em uma produção com ares de lançamento direto para vídeo, apesar de contar com um elenco de peso. O pior é que não chega a ser tão ruim a ponto de ser divertido; é apenas uma colagem desajeitada de cenas de ação.
A trama, desenvolvida por Carnahan e Leon Chills, narra o amor proibido entre Kyrah Owens (Kerry Washington) e Isaac Sarr (Omar Sy), ex-líderes de um esquadrão de elite de assassinos internacionais conhecido como Shadow Force. O romance entre eles, uma violação de protocolo, os força a se esconderem separadamente. Isaac assume a guarda do filho do casal, Ky (Jahleel Kamara), enquanto Kyrah supostamente persegue seu antigo operador, Jack Cinder (Mark Strong).

Carnahan já demonstrou sua habilidade em desenvolver múltiplos assassinos em um único filme, mas em Shadow Force, o elenco de perseguidores carece de qualquer identidade ou profundidade. A aventura de Isaac e Ky, com o pai tentando proteger o filho enquanto despacha inimigos, tinha potencial cômico, mas essa ideia é negligenciada.
As operações nefastas de Cinder sob o nariz do G7 poderiam gerar tensão interdepartamental, mas ele se resume a um vilão clichê com motivações previsíveis, reminiscentes de um antagonista de James Bond de baixo escalão. Todas essas oportunidades narrativas são abordadas de forma morna, resultando em uma experiência desinteressante.
A especialidade de Carnahan é a ação visceral e energética, especialmente tiroteios, mas os táticos de Shadow Force não são uma equipe de elite. A introdução das habilidades de supersoldado de Isaac durante um assalto a banco ocorre 99% fora da tela, com a audiência apenas ouvindo e sentindo a briga através dos olhos fechados e ouvidos cobertos de Ky.

Uma perseguição de carro posterior, embora visualmente atraente com sinalizadores vermelhos cortando a neblina da estrada montanhosa, é mais bonita do que emocionante. O clímax, um tiroteio em um bangalô claustrofóbico em uma ilha, não oferece espaço para coreografias impressionantes, levando a uma sequência monótona de “apontar e atirar” e explosões de dano que desafiam qualquer lógica sobre como espingardas funcionam.
O filme ainda tenta injetar peculiaridades, como a surdez de Isaac sem seus aparelhos auditivos (que ele remove para “aprimorar” seus sentidos de combate) e o apreço desmedido da família pela música de Lionel Richie, resultando em inserções musicais questionáveis e momentos forçadamente fofos.
Kerry Washington e Omar Sy, com seu carisma inegável, fazem o possível para tornar a trama envolvente, mas mesmo eles têm dificuldade em tornar o material interessante. Mark Strong se esforça ainda mais, investindo sua interpretação vilanesca com uma intensidade geralmente reservada para tragédias gregas. No entanto, ele é sabotado por um roteiro desajeitado, no qual o vilão se deleita em explicar sua própria maldade, tornando-se mais cansativo do que temível. O mesmo pode ser dito de Shadow Force como um todo.
Ruim
Ruim
Shadow Force é um filme de ação romântico que falha em entregar emoção ou originalidade. Apesar de um elenco carismático como Kerry Washington e Omar Sy, a direção apática de Joe Carnahan e um roteiro previsível resultam em sequências de ação sem impacto e personagens subdesenvolvidos. A trama de amor proibido entre ex-assassinos e a tentativa de proteger seu filho não conseguem elevar o material além de um nível de produção direto para vídeo, tornando-o uma experiência esquecível.