Robô Selvagem | Crítica

A nova produção da DreamWorks e adaptação do romance de Peter Brown é, sem dúvida, a melhor animação de 2024.

Admito que, quando vi o primeiro trailer de Robô Selvagem, poucas coisas chamaram minha atenção. No entanto, conforme as primeiras críticas foram surgindo, decidi investigar mais sobre essa produção e entender por que estava sendo tão comentada. A partir desse momento, ao ver e rever os trailers e explorar o material original no qual o filme se baseia, comecei a cogitar a possibilidade de que essa história fosse realmente algo fora da curva. Toda essa expectativa se justificou quando saí da sala de cinema com a certeza de que esta é a melhor animação de 2024.

O filme é escrito e dirigido por Chris Sanders, responsável por títulos como Os Croods, Lilo & Stitch e Como Treinar Seu Dragão. Aqui, Sanders teve a missão de adaptar o amado best-seller de Peter Brown, que conquistou milhares de corações por sua história simples, mas emocionante. Era uma tarefa desafiadora, mas, felizmente, Robô Selvagem estava em boas mãos. O diretor e roteirista é preciso ao entregar uma adaptação deslumbrante dessa jornada gentil, triste e inspiradora.

Acompanhamos a chegada de Roz (Lupita Nyong’o), uma robô que, perdida em uma ilha distante, precisa se adaptar à difícil e desafiadora mãe natureza enquanto busca um propósito para sua programação. Após um acidente que destrói um ninho, Roz encontra um filhote de ganso, que ela posteriormente chama de Bico-Vivo (Kit Connor).

Entre as várias mensagens do filme, destacam-se temas como propósito, pertencimento, programação e maternidade. Ao chegar em um local estranho e hostil, Roz é vista pelos demais animais como uma ameaça. Após conhecer Fink (Pedro Pascal), uma raposa rejeitada, Roz e Bico-Vivo formam uma família incomum, mas muito adorável, com o objetivo de ajudar o filhote a se alimentar, nadar e voar.

O filme possui diversos pontos positivos, mas um dos principais é o desenvolvimento dos personagens. Embora seja uma história infantil, a narrativa não se apoia nisso para simplificar o enredo. Ela é ágil, direta e extremamente competente, transmitindo suas mensagens de maneira que qualquer público, independente da idade, consiga absorvê-las de acordo com sua maturidade.

Visualmente, Robô Selvagem é um espetáculo. Utilizando o mesmo estilo de animação de Gato de Botas 2, o filme sabe aproveitar todos os recursos que o gênero oferece. Seja nos detalhes mais sutis, como as paisagens detalhadas e a excelente ambientação, ou na criativa paleta de cores, é evidente que este é um filme pensado para ser visto no cinema. Tudo é vibrante e encantador.

Mesmo que se renda a alguns clichês, isso se torna irrelevante diante dos muitos momentos em que o filme toca profundamente o espectador. É uma jornada sobre as dificuldades do pertencimento, como nossos propósitos podem mudar de direção e se moldar a partir das pessoas que nos cercam. Cada cena, fala e mensagem parece ter sido cuidadosamente pensada. Sair da sala de cinema sentindo que algo mudou dentro de você é uma experiência única, é como se o filme conseguisse abraçar até os corações mais enferrujados e distantes como uma máquina. Se você é uma dessas pessoas, se prepare, Robô Selvagem vai conseguir achar o caminho do seu coração.

Sem dúvidas, essa é a melhor animação do ano. Roz tem minha torcida no Oscar. Te espero lá!

Robô Selvagem já está em cartaz nos cinemas brasileiros, com distribuição da Universal Pictures.

5

ÓTIMO

Com uma animação estonteante e mensagens sobre maternidade, pertencimento e propósito, Robô Selvagem é possivelmente a melhor animação de 2024.