Premonição 6: Laços de Sangue | Crítica

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A franquia Premonição sempre seguiu uma fórmula conhecida: alguém tem uma visão de uma tragédia iminente, salva um grupo de pessoas, e então a própria Morte começa a perseguir os sobreviventes com requintes de crueldade poética. Premonição 6: Laços de Sangue, dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein segue esse caminho bem trilhado — mas surpreendentemente, ainda consegue encontrar novos atalhos interessantes.

Desta vez, a história começa em 1959 com Iris (Brec Bassinger), que evita a morte de centenas ao prever o colapso do Skyview, um restaurante nas alturas perigosamente mal construído. Avançamos para o presente, quando sua neta Stefani (Kaitlyn Santa Juana) começa a ter pesadelos sobre o mesmo evento. Aos poucos, descobre que a Morte não esquece — e agora está atrás de toda sua linhagem. A partir daí, o que se segue é uma sucessão de mortes coreografadas com criatividade, tensão e, como sempre, um toque de humor negro.

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A grande sacada de Premonição 6: Laços de Sangue é o uso do “fator família”. Ao colocar em risco não apenas amigos ou desconhecidos, mas um grupo de parentes próximos, a carga emocional é ampliada. Você se importa com Stefani, seu irmão Charlie (Teo Briones) e os primos Erik (Richard Harmon), Julia (Anna Lore) e Bobby (Owen Patrick Joyner), não só porque são bem interpretados, mas porque a ameaça à família inteira ressoa de maneira mais profunda.

O filme também não decepciona nos quesitos que tornaram Premonição um fenômeno: mortes criativas, tensão crescente e o prazer de tentar adivinhar qual item do cenário será responsável pelo próximo fim trágico. Desde a reconstituição meticulosa do desastre no Skyview até as sequências mais insanas envolvendo churrascos, trens e objetos do dia a dia, tudo é planejado com uma precisão quase sádica.

Visualmente, Premonição 6: Laços de Sangue mantém a estética exagerada que combina tão bem com o tom pulp da franquia, sem perder o timing cômico necessário para equilibrar o grotesco. As “armadilhas da Morte” são mais do que sustos — são quase pequenas obras de arte do caos.

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E por mais estranho que pareça, Premonição 6 também tem seus momentos comoventes. A última aparição de Tony Todd como William Bludworth é um desses momentos. Gravada pouco antes de sua morte real, sua participação carrega um peso emocional genuíno que transcende o roteiro. Ver Todd, fragilizado mas ainda imponente, oferecendo sua última lição sobre o ciclo inevitável da vida (e da Morte) é profundamente tocante. É, sem dúvida, uma despedida à altura de sua importância para a série.

Se o filme tem alguma fraqueza, talvez seja o fato de ainda se apoiar em muitos clichês da própria franquia. Em alguns momentos, a previsibilidade se instala — não em como a morte virá, mas quando. Porém, o ritmo ágil, os personagens carismáticos e o bom equilíbrio entre o susto e o sarcasmo garantem que a experiência continue divertida.

No fim das contas, Premonição 6: Laços de Sangue é exatamente o que os fãs esperam — e talvez um pouco mais. Não reinventa a roda, mas a faz girar com sangue, suor e timing perfeito. Uma continuação digna que mostra que, mesmo após mais de duas décadas, a Morte ainda tem truques criativos na manga.

Muito Bom
4

Muito Bom

A fórmula clássica da franquia Premonição 6 se mantém, mas com frescor: as mortes são elaboradas com estilo, humor macabro e timing preciso. O destaque emocional fica para a participação final de Tony Todd, em uma despedida tocante e simbólica. Com bom ritmo, personagens carismáticos e respeito ao legado da série, Premonição 6 entrega exatamente o que promete — e um pouco mais.