Nos últimos 15 anos, Ridley Scott apresentou altos e baixos em sua filmografia. Depois de abusar de produções épicas irregulares como Cruzada, Robin Hood e Êxodo: Deuses e Reis, o diretor volta à moda antiga com o gênero que mais soube trabalhar: a ficção científica.
Apesar de Prometheus ter decepcionado, é com Perdido em Marte que Scott lembra os bons tempos de Alien, o 8º Passageiro e Blade Runner.
O grande motivo para o seu êxito está no roteiro simples, mas agradável de Drew Goddard, que estabelece uma linha narrativa compreensível para público (sem abusar de termos técnicos) e apresentar um personagem carismático e, que apesar de uma situação crítica, tenta encontrar o lado positivo em qualquer circunstância.
Inspirado no livro de Andy Weir, a trama segue uma equipe de astronautas americanos, chefiada por Melissa Lewis (Jessica Chastain) em Marte. Durante a missão no planeta vermelho, uma tempestade atinge o grupo forçando abortar a missão. Contudo, o especialista em botânica Mark Watney (Matt Damon) é deixado para trás pela equipe após ser considerado morto quando atingido por uma antena. Sozinho, Watney consegue estabelecer contato com a NASA, que precisa estabelecer um plano de resgate. Enquanto isso, o astronauta precisa se virar e usa seus conhecimentos técnicos para conseguir sobreviver em Marte com os recursos que possui à disposição.
Mais uma vez interpretando alguém que precisa ser resgatado pelos EUA, tal como O Resgate do Soldado Ryan e Interestelar, Matt Damon desempenha com competência o papel de protagonista. Precisando atuar sozinho, o ator conseguir tirar bom proveito das câmeras da nave para criar um diário pessoal, que estabelece uma conexão de imediato com o público. A composição resulta em um personagem carismático e que usa o bom humor e sarcasmo para a difícil situação.
Uma importante cena é quando Watney participa de uma transmissão ao vivo com os responsáveis pelo resgate interpretados por Chiwetel Ejiofor, Sean Bean e Kristen Wiig. O desenvolvimento da cena é bastante eficiente e revela uma crítica à mídia em geral sempre sedenta pelo espetáculo e sensacionalismo. Watney reage de uma maneira impagável e que representa um pouco o nosso pensamento.
Apresentando um tema desesperador, Perdido em Marte consegue divertir com uma história leve e recheada de uma trilha sonora nostálgica, com direito a clássico de David Bowie. Um filmaço de Ridley Scott, provando ainda ser capaz de realizar ótimas produções.
Resumo
Apresentando um tema desesperador, Perdido em Marte consegue divertir com uma história leve e recheada de uma trilha sonora nostálgica, com direito a clássico de David Bowie. Um filmaço de Ridley Scott, provando ainda ser capaz de realizar ótimas produções.