O ano é 2011 e a Summit Entertainment comprou os direitos de uma grande aposta: Divergente.
Um livro que conta a história de Beatrice Prior, uma garota que ao completar 16 anos tem que escolher uma facção para seguir e mudar totalmente sua vida. Cada facção ajuda em uma coisa na cidade de Chicago, que é isolada, cercada e protegida contra tudo que há de ruim fora dela. Seguindo a linha dos últimos best-sellers, Divergente também se passa em um futuro distópico e tem como protagonista uma garota. O livro foi super aclamado em todo o mundo, ficando no top 10 dos mais vendidos por semanas.
A história do livro é boa, os personagens são bem construídos e os diálogos bem estruturados. A série conta com três livros, sendo assim uma trilogia, com Divergente, Insurgente e Convergente. Depois do sucesso que foi Jogos Vorazes, a adaptação tinha tudo para ser um grande estouro de bilheterias, mas então onde foi que a produtora errou?
Como um fã dos livros digo que eles erraram na construção dos roteiros, isso quer dizer que eles não são bons? Longe disso, isso quer dizer que eles não estão nem aí para os fãs ao adaptar uma obra literária. O primeiro filme, Divergente, seguiu quase a risca tudo que tinha no livro, cortaram algumas cenas aqui e ali, mas nada que pudesse prejudicar tanto a história. Divergente foi um bom filme, não foi cem por cento fiel ao livro, mas chegou a uns setenta por cento.
Aí vem Insurgente, o segundo filme adaptado, toda vez que assisto ao filme me pergunto de onde que eles basearam o roteiro. Se você quer algo mais infiel ao livro que os filmes de Percy Jackson, vá assistir Insurgente. A história é totalmente paralela do que se está no livro, que em vários momentos mostra nossa heroína passando por conflitos pessoais para se salvar e salvar as pessoas que ela ama, sem contar que ninguém sabia da tal caixa que Jeanine Matthews (Kate Winslet), encontra no começo do filme. A adaptação de Insurgente foi realmente um tiro aos fãs da trilogia, já que não possuía fidelidade alguma. Ta que o livro também não é lá aquelas coisas, mas possui passagens e momentos muito importantes, principalmente da parte final, antes deles divulgarem o vídeo de Edith Prior.
Por fim temos o último livro, Convergente, que não sei porque cargas d’água eles decidiram dividir em duas partes, desde que Harry Potter e as Relíquias da Morte foi dividido, isso meio que virou regra. O que é péssimo, pois inventaram de dividir Jogos Vorazes: A Esperança e quase que tiveram prejuízo.
Sei que a ideia de divisão é para que não se perca detalhes importantes do livro, mas tem livros que não tem essa necessidade e Convergente é um deles, mas quem disse que as produtoras estão se importando com isso? Aí que está o erro! A Lionsgate, uma das produtoras da série de filmes de Divergente, estava decidindo se o último filme que se chama Ascendente iria ou não para o cinemas, por quê? A resposta é clara, porque mais uma vez eles ficaram cem por cento nem aí para o livro e criaram uma outra história para o roteiro de Convergente, que foi a pior bilheteria da série e com razão. Depois do fiasco de Insurgente a maioria dos fãs dos livros não animaram em ir ao cinema para ver o filme (eu fui um deles) e, por isso esperavam o lançamento em algum lugar para fazerem o download e assistir.
Toda a bola de neve começou com a adaptação de Insurgente, depois disso eles só foram descendo ladeira abaixo e chegamos ao ponto de que Ascendente não irá mais para o cinema e sim para a TV. O que nos traz mais um grande problema, o elenco original do filme estão insatisfeitos com a decisão e, com isso, pode ser que eles não voltem para gravar a continuação de Convergente.
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Então fica aí a reflexão para as grandes produtoras, até onde vale o dinheiro investido sem a satisfação do fã? Sabemos que é complicado, nem sempre temos cem por cento de acerto, mas é como diz o ditado, “em time que está ganhando não se mexe”. Agora é esperar os próximos capítulos dessa novela que está sendo o fim da série Divergente.