O Clube Das Mulheres De Negócios O Clube Das Mulheres De Negócios

O Clube Das Mulheres De Negócios | Crítica

Divulgação

O Clube Das Mulheres De Negócios, nova obra da diretora Anna Muylaert, chega aos cinemas brasileiros em 28 de novembro de 2024, com distribuição da Vitrine Filmes. O filme traz uma espécie sátira distópica com inversão de papéis de gênero e coloca mulheres no centro do poder, mas com todos os defeitos que os homens possuem em nosso mundo. Como as pessoas que estão no topo que já conhecemos, elas são agressivas e protegem umas as outras, mesmo quando cometem atos reprováveis. Essas mulheres objetificam seus maridos – ou qualquer outro homem que trabalhe para elas, afinal, são jovens usando seus shortinhos e croppeds que valorizam seus corpos.

O elenco conta com grandes nomes, principalmente da comédia nacional. Entre elas estão Cristina Pereira como a presidente do clube Cesárea e Louise Cardoso como sua fiel escudeira Brasília. A veterana Irene Ravache é uma socialite que deseja chegar à presidência e mantém seu marido submisso. Grace Gianoukas é uma pecuarista e predadora sexual. Shirley Cruz é uma bispa evangélica milionária e trambiqueira. Polly Marinho é Kika, a funkeira de sucesso que não larga seu cachorrinho. Ítala Nandi é a insaciável e sedutora Donatella e Katiuscia Canoro é uma empresária obcecada por armas de fogo e violência. É através dessas personagens e suas ações que a diretora propõe uma reflexão sobre o patriarcado, o machismo e a hipocrisia entre as elites sociais e políticas.

O longa começa com uma reunião extraordinária em um clube de elite formado por essas mulheres – boa parte delas envolvidas em escândalos e problemas familiares – para arrecadas fundos para o que promete ser a maior rave do Brasil. Um renomado fotógrafo, Jongo (Luís Miranda), e seu colega de revista, o inexperiente repórter Candinho (Rafael Vitti) vão até o clube para entrevistar essas figuras importantes. Lá, ambos acabam virando presas fáceis dessas mulheres sem escrúpulos. Mesmo que Candinho seja neto de Cesárea, ele está imune e acaba sendo vítima de assédio sexual.

Em meio ao banquete no clube, três onças (de um CGI muito mal feito, por sinal) que Cesárea mantém enjauladas em seu clube acabam fugindo. Então O Clube Das Mulheres De Negócios vira uma mistura de gêneros bagunçada e previsível. Apesar da ideia parecer muito boa a princípio e do filme contar com boas atuações de seu elenco de peso, ao longo da trama muitas piadas acabam sendo explicadas demais e perdendo força. Além do didatismo, ele acaba se tornando um apinhado de situações extremamente exageradas que estão ali apenas para criticar algo, mesmo que isso não agregue muito para o contexto geral. No final, tudo vira um caos colorido, com um gostinho de que poderia ter sido melhor.

O Clube Das Mulheres De Negócios é uma produção da Glaz e África Filmes, com coprodução da Globo Filmes e Riofilme e apoio da Vetor Zero, Cinefilm e TV Group. A distribuição do filme está a cargo da Vitrine Filmes, e tem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo. A produção contou com recursos do BRDE/FSA e ANCINE. O filme chega aos cinemas em 28 de novembro de 2024.

2.5

Razoável

O Clube Das Mulheres De Negócios traz uma espécie sátira distópica com inversão de papéis de gênero e coloca mulheres no centro do poder, mas elas são como os piores homens de nossa sociedade. Apesar de um começo promissor por conta de suas críticas sociais, o filme vai se perdendo ao longo do caminho.