O Agente da U.N.C.L.E. | Novo filme de Guy Ritchie fica novamente no meio termo

Inspirado na série da década de 60, O Agente da U.N.C.L.E. resgata o visual dos clássicos de espionagem, mas fica apenas no meio termo. Esse meio termo vendo sendo uma marca do britânico Guy Ritchie, que surgiu em Hollywood com os surpreendentes Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch – Porcos e Diamantes. Os dois filmes se destacaram pela maneira criativa e eficiente de apresentar personagens, estabelecer planos sequência de uma forma surpreendente para a época (como não se lembrar da incrível sequência de Brad Pitt no ringue de boxe em Snatch?!) e primar pela originalidade.

Nesta adaptação, o diretor repete a mesma fórmula dos filmes de Sherlock Holmes, aproveitando a boa química dos protagonistas e investindo em sequências de ação, e só. O resultado é bom, mas é o tipo de filme que não deixa uma marca ao sair da sessão. Não há um momento marcante ou algo que possa ser discutido após deixar a sessão.

Situado durante a Guerra Fria, a trama segue o agente da CIA Napoleon Solo (Henry Cavill), que precisa localizar a misteriosa (Alicia Vikander) na Alemanha Oriental. Ao encontrar a jovem, o agente logo percebe que está sendo seguido pelo agente russo Illya Kuriakin (Armie Hammer), que tem o mesmo interesse pela garota. Os dois acabam se tornando parceiros e precisam impedir uma organização de ex-nazistas na Itália, que estão criando uma potencial arma nuclear.

É inegável a química entre Cavill e Hammer, que lembra deveras a sintonia entre Robert Downey Jr. e Jude Law em Sherlock Holmes, demonstrando a qualidade de Ritchie em trabalhar o seu elenco. A diferença de nacionalidade entre os personagens rendem divertidas cenas e destacam as facetas para o humor dos dois atores, que durante todo o filme demonstram segurança em seus respectivos papeis.

As sequências de ação não conseguem empolgar. A montagem e edição cometem uma falha feia ao dividir uma cena quadro a quadro como nos quadrinhos, tendo um resultado confuso e que pouco tem a acrescentar. A única sequência realizada com eficiência é quando Ritchie retira o som ambiente em um tiroteio, deixando apenas a clássica canção “Che Vuole Questa Musica Stasera?”. O resultado é uma cena brilhante de se ver.

Ao final, O Agente da U.N.C.L.E. poderia ter sido muito mais. Com um bom elenco, que ainda inclui nomes como Jared Haris e Hugh Grant, a adaptação encarada como uma potencial franquia peca pela falta de ousadia e criatividade, o que se espera em longas do gênero e principalmente de Guy Ritchie.

  • Bom
3

Resumo

Ao final, O Agente da U.N.C.L.E. poderia ter sido muito mais. Com um bom elenco, que ainda inclui nomes como Jared Haris e Hugh Grant, a adaptação encarada como uma potencial franquia peca pela falta de ousadia e criatividade, o que se espera em longas do gênero e principalmente de Guy Ritchie.