Midsommar | O roteiro original era ainda mais violento

ATENÇÃO: O post a seguir contém spoilers do filme e temas sensíveis!  

Midsommar estreou em 2019 e conta a história de Dani (Florence Pugh) que após presenciar uma tragédia em sua família, decidi ir com seu namorado Christian (Jack Reynor) e alguns amigos para um festival de verão na Suécia, onde Dani e seu grupo descobrem que nesse festival ocorrem rituais pagãos e que estão correndo perigo.

Após o sucesso de Hereditário, lançado um ano antes, Ari Aster construiu um filme aterrorizante e muito diferente dos filmes de terror que estavam sendo produzidos nos últimos anos. Midsommar tem um aspecto inovador que chamou a atenção do público e da crítica, um filme de terror que se passa em um dia claro. O longa foi comparado com o clássico de terror O Homem de Palha.

O corte final do filme foi um sucesso recebendo elogios dos fãs do diretor, no entanto, a maior parte das criticas esperavam por algo ainda maior. Era esperado que Midsommar seguisse os passos de seu antecessor e entregasse um terror assustador e inquietante. Mais tarde foi revelado que o roteiro original do filme seria muito mais assustador do que foi mostrado na versão final.

Midsommar / Divulgação

O roteiro original de Aster incluía mortes ainda mais violentas e detalhadas das que foram mostradas no corte final do filme. Apesar de ainda ser um filme visceral que revira o estômago da audiência que ainda não está acostumada com esse tipo de filme, Midsommar possuía o potencial de ser ainda mais intenso que Hereditário. Uma das cenas mais perturbadoras que foram cortadas do filme é um vídeo de 15 minutos de uma garota cortando seus pelos pubianos logo após ter menstruado pela primeira vez. Ela então mistura o sangue menstrual em uma xícara de café e seus pelos em uma mistura de panqueca, a garota então oferece esse café e a panqueca para fazer um garoto se apaixonar por ela. Essa história ainda está no corte final do filme, porém ela é apresentada mais rapidamente sem uma explicação sobre o que significa.

Vários rituais que foram retirados do filme continham mutilação de animais, todos os rituais eram feitos com nove pessoas e/ou animais. O número nove poderia ter sido construído como uma subtrama onde tratava-se sobre a repetição desse número. As cenas mais violentas que foram cortadas certamente são a que mostra a forma  final de Simon e a morte sangrenta de Josh. No roteiro original, Simon seria pendurado de ponta cabeça pelos calcanhares e com ferraduras pregadas em seus pés, ao invés da morte feita baseada na tortura águia de sangue. A cena da morte de Josh que teria seu abdômen aberto enquanto ele é acorrentado em uma cerca deixado para sangrar até a morte.

Ao optar por não incluir essas cenas na versão final de Midsommar, Ari Aster evitou que seu novo filme fosse comparado, ainda mais, com Hereditário. Dessa forma, Aster deixou que o clima de verão e o impacto das cenas na luz do dia trouxessem um novo tom para o filme e deixasse o espectador ainda mais aflito ao ver todas as cenas. Além de inovar o gênero do terror que nos últimos anos vinha sendo repetitivo.