Matthew Vaughn, o diretor de Kingsman: O Círculo Dourado disse que no momento gostaria mais de trabalhar com a DC do que com a Marvel e disse que o motivo é que ele sente que haveria muito menos pressão para ter sucesso no Universo Estendido DC.
Vaughn não é estranho ao mundo das adaptações de quadrinhos para a tela grande. Após ficar conhecido pelo filme com Daniel Craig, Nem Tudo É O Que Parece, Vaughn adaptou dois dos quadrinhos de Mark Millar: Kingsman e Kick-Ass. Vaughn também recomeçou a franquia X-Men em 2011 com X-Men: Primeira Classe, um filme que se passou nos anos 1960 e injetou um novo senso de estilo e graça ao angustiante mundo dos mutantes.
O nome do diretor é recorrente em discussões sobre filmes baseados em quadrinhos, tanto pelos estúdios como pelos fãs. Em uma entrevista ao IGN, Vaughn disse que ele estaria muito mais interessado em trabalhar em um filme da DC do que em um da Marvel, mas as razões não são as mais lisonjeiras:
“É muito mais divertido se envolver com franquias quando elas estão por baixo porque se torna mais fácil fazer um bom filme, então se eu me envolver com alguns dos filmes de super-heróis que foram decepcionantes eu vou pensar que… se eu fizer OK provavelmente já vai ser melhor que o anterior”
Vaughn usa sua experiência com X-Men: Primeira Classe – que veio em seguida ao insultado X-Men: O Confronto Final – como exemplo de como apostas mais baixas podem levar a expectativas mais razoáveis e liberdade criativa:
“Quando eu fiz X-Men existia uma baixa muito baixa – X-Men 3, sem ofensas, não foi um trabalho muito bom. É muito mais legal conseguir salvar e reinventar algo – eu ficaria muito mais intimidado se tivesse que fazer um novo Guardiões da Galáxia, por exemplo”
Vaughn deixou claro que não estará necessariamente trabalhando em um filme de herói em breve já que está de olho no terceiro filme dos Kingsman. Mas ele também confirmou que esteve em discussão com a DC e com Mark Millar sobre um potencial filme do Superman.
Em uma entrevista ao podcast El Fanboy, Millar falou sobre essa conversa que ele e Vaughn tiveram:
“Nós dois somos grandes fãs do Superman. Eu quero dizer, nós adoramos o Richard Donner. Nós amamos os filmes com o Christopher Reeve. Na verdade, ele me ligou alguns meses atrás e ele disse ‘Escuta, a DC está interessada em me colocar para fazer O Homem de Aço 2. Você quer se juntar a mim e fazer isso?’ E eu fiquei ‘Eu sou exclusivo da Netflix por anos. Nós não podemos nem ter essa conversa”. E ele ficou ‘Ah cara. Quais as chances disso?’ E então, ele se afastou. E ele se juntou a algumas coisas. Você sabe, é uma daquelas coisas que podem acontecer, quero dizer – se alguém ligar para o Matthew e oferecer a ele dinheiro suficiente tudo poderia mudar amanhã mesmo”
Millar também disse que ele e Vaughn conversaram sobre uma trilogia do Superman em 2008 (cinco anos antes de O Homem de Aço ser lançado) e a ideia pareceu boa:
“Na verdade, era uma coisa enorme, edificante e esperançosa. Não há motivos para ser fazer um filme do Superman se você não se sente bem. Você tem que sair de Superman se sentindo como um milhão de dólares. Você deve se sentir incrível após ver um filme do Superman. O filme em si seria uma coisa grande, divertida e épica. Mas Superman tem que ser engraçado ao mesmo tempo”
Após Homem de Aço e Batman vs Superman: A Origem da Justiça terem sido filmes muito mais divisivos do que a DC esperava e com Liga da Justiça possivelmente ser um fracasso de bilheteria, é fácil perceber que os paralelos que Vaughn fez com X-Men fazem sentido se aplicados aos filmes recentes da DC.
Apesar do grande sucesso de Mulher Maravilha, o futuro do Universo Estendido DC está no ar. Os próximos filmes solos como Aquaman e Shazam ainda demorarão muito tempo para indicar se esse universo conseguirá ou não sobreviver se continuar dessa forma. O mundo do Batman já está se preparando para um recomeço com a saída de Ben Affleck.
Henry Cavill ainda irá aparecer em mais um dos filmes do Universo Estendido DC, então pode ser que Vaughn tenha sua chance de brilhar com o Homem de Aço.