Uma das coisas mais bacanas com o retorno de Star Wars aos cinemas é a força feminina, algo bem presente na saga. Anteriormente, a Princesa Leia (Carrie Fisher) fugia do esteriótipo de mulher dependente, assumindo o controle das situações. No Episódio IV, ela questiona a passividade de Han Solo, que não pensa duas vezes em dar o fora com receio de enfrentar o Império. Padmé (Natalie Portman) nos Episódios I e II, principalmente, também representou essa independência, embora muito sutil.
Porém, nenhuma dessas personagens eram protagonistas de suas histórias. Muito disso, se dava ao medo dos estúdios em escalar uma mulher como personagem central por puro machismo. Não adianta tapar o sol com a peneira ou fingir que a sociedade não é machista e continua torcendo o nariz para isso. Basta relembrar quando anunciado os personagens de Star Wars – O Despertar da Força, muitos “fãs” confrontaram a ideia de uma mulher protagonista (Rey), e um negro e latino (Finn e Poe) ilustrando o cartaz do filme.
A interpretação de Daisy Ridley como Rey no ano passado acabou se tornando um dos grandes símbolos da força feminina dentro e fora das telas. A personagem exemplificou que a força está dentro de cada um. No filme, a Força é a fonte dos Jedi. Levando para o mundo real, a força é a crença, a vontade de seguir uma meta, um sonho.
Para isso, Rey não precisou ser a coitadinha, a indefesa. Uma cena bastante ilustrativa no filme é quando Finn constantemente segura sua mão, acreditando dela ser uma jovem insegura, quando na verdade ele que precisou ser salvo por ela.
Neste final de semana, surge Rogue One: Uma História Star Wars, que introduz Jyn Erso (Felicity Jones), uma rebelde que precisa tomar uma importante decisão para o futuro da galáxia. Assim como Rey, Jyn precisou abraçar seu destino e acreditar em si mesma.
Outro ponto comparativo entre as duas: elas não são submissas ou não se deixam oprimir com o Império. O ceticismo de Jyn em se juntar a causa rebelde é o mesmo de Rey em acreditar na Força. Contudo, a personalidade forte das duas as levam a crer que é preciso tomar alguma atitude para enfrentar não apenas seus próprios demônios, mas o Império e Primeira Ordem, respectivamente.
Uma cena importante de Jyn em Rogue One e, que define essa personalidade forte, é quando confronta o veterano rebelde Saw Gerrera (Forest Whitaker), que questiona se a jovem não se incomoda de ver as bandeiras do Império espalhadas pela galáxia. A resposta de Jyn é: “Não há problema; basta não olhar para cima”.
Por fim, como um homem criado por uma mãe solteira, é deveras gratificante ver esse empoderamento feminino. Nos últimos anos nunca houve no cinema tanto espaço para elas. Katniss, Furiosa, Rey, Jyn superaram barreiras e mostraram do que são capazes.
Feminina a força é, diria Mestre Yoda.