Faz De Conta Que É Paris
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Faz De Conta Que É Paris | Crítica

Baseado livremente em uma história real que aconteceu em 1982, Faz De Conta Que É Paris marca o décimo quinto trabalho de direção do diretor Leonardo Pieraccioni, que também interpreta o protagonista, Bernardo Cannistraci. Ele se encontra a bordo de um avião em turbulência que periga cair, onde se prepara para contar aos dois pilotos e à comissária de bordo a história que vamos testemunhar durante a próxima uma hora e meia.

Toda a trama é sobre ele e suas irmãs Giovanna e Ivana, interpretadas por Chiara Francini e Giulia Bevilacqua respectivamente. Os três personagens não se falam há cinco anos, mas se veem forçados a uma reunião quando o pai deles, um professor rude interpretado por Nino Frassica, fica muito doente, a ponto de ficar quase cego. Isso os leva a realizar seu antigo desejo de viajar para Paris. Porém, segundo regras do hospital, ele não poderia sair, Incapazes de levar o pai à capital francesa, os três decidem encenar a viagem vagando pelos estábulos de Bernardo em um trailer, sem nunca sair da propriedade. Então, toda a viagem na verdade se passa em Florença sem o seu conhecimento do pai. Afinal, com imaginação é capaz de se viajar o mundo.

Os quatro parentes permanecem em um trailer, dirigindo constantemente por um estábulo, sempre fazendo o pai acreditar que chegaram a uma das várias paradas da rota.
Começando com um restaurante que se passa por uma parada bolonhesa e o velho Arnaldo Cannistraci tem um encontro inesperado com um ex-zelador idoso, um conhecido de sua época como professor. E, por fim, um controle aduaneiro improvisado pelos funcionários do estábulo. O que começa como uma mentira inocente, acaba se tornando uma jornada de reconciliação da família Cannistraci. 

Faz De Conta Que É Paris é uma grande oportunidade perdida de nos emocionar, nos fazer rir e muitas vezes nos fazer sentir bem. Com um talentoso grupo de atores e uma boa história, ele falha na execução e acaba se tornando uma comédia sem graça e clássica, com um estilo de escrita que trivializa tanto as piadas quanto as ambições do diretor e roteirista, como a representação bidimensional de situações e personagens, que nunca são explorados além da superfície. 

O absurdo, ainda mais se considerarmos que algo parecido realmente aconteceu, é que poderia ser a oportunidade perfeita para criar momentos muito engraçados. Algumas das ideias de roteiro e direção do filme tem graça e brilhantismo, mas, no geral, ele nunca consegue encontrar um tom e ritmo adequados nem mesmo para um entretenimento saudável, muito menos para a ambição maior de ser uma comédia dramática construtiva e edificante, algo que ele até tenta desde as primeiras cenas. Muitas reviravoltas parecem verdadeiramente improváveis, carecendo da conexão com a realidade que uma história baseada em um evento real deveria manter, além do tom cômico e fabuloso. Lembra muito algumas comédias brasileiras repetitivas das quais grande parte do público já se cansou. 

Faz De Conta Que É Paris chega aos cinemas em 14 de agosto, com distribuição da Pandora Filmes.

2.5

Regular

Faz De Conta Que É Paris desperdiça o potencial que sua história tem por não desenvolver quase nada seus personagens e situações, além disso, tem uma enorme quantidade de piadas sem graça. Até tem momentos divertidos, mas é completamente esquecível.

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