Curta às Seis Curta às Seis

Espaço Petrobras de Cinema o projeto Curta às Seis

Divulgação

Na próxima quinta-feira, de julho, retorna ao Espaço Petrobras de Cinema o projeto Curta às Seis, que terá sessões diárias e gratuitas, na sala 4. Essa retomada evidencia o compromisso do Espaço Petrobras de Cinema de levar uma pluralidade de filmes nacionais a um maior público, e permitir acesso a curtas na sala de cinema, uma experiência geralmente restrita ao circuito de festivais. A gratuidade dos ingressos dá, também, maior visibilidade a filmes premiados de cineastas promissores e experientes, cujos trabalhos se destacam em festivais nacionais e internacionais. A curadoria da retomada do projeto é de Bárbara Bello, da plataforma Embaúba Play.

A seleção destaca curtas que instigam discussões e destacam a diversidade de linguagens presente na produção curtametragista brasileira das últimas décadas. Reunindo produções de desde o início dos anos 2000 até obras mais recentes, a programação provoca diálogos, contrastes e aproximações entre diferentes períodos, contextos e abordagens estéticas. Do cinema experimental ao cinema de gênero, o que marca o formato é sua versatilidade.

O tema da primeira semana (03 a 09 de julho), Espectros, percorre distintas experimentações sonoras e visuais que mobilizam vestígios de mundos em estados limítrofes — tanto em desaparição quanto em gestação. Os quatro filmes selecionados desafiam perspectivas, abrindo frestas para deslocamentos sensíveis e convocando imaginações e alteridades: Espectro Restauración, de Felippe Mussel; Zona Abissal, de Darks Miranda e Luisa Marques; Solon*, de Clarissa Campolina; e Nossos Espíritos seguem chegando – Nhe’e Kuery Jogueri Teri*, de ArielKuaray Ortega e Bruno Huyer.

O programa da segunda semana (10 a 16 de julho) será sobre Assombros Maquínicos, abordando as relações entre cinema e trabalho, seja pela via da investigação iconográfica e suas reinvenções; pelo gesto cotidiano do próprio trabalhador, que interroga seus percursos, seu espaço de trabalho; ou ainda pela história de horror que emana das próprias máquinas. São filmes que, na maneira pela qual exploram vínculos entre aparato, imagem e trabalho, fazem ressoar assombros: Estudo para uma pintura o lavrador de café*, de Desali e Rafael dos Santos Rocha; Entrevista com as coisas, de Lincoln Péricles; e A Máquina Infernal, de Francis Vogner

Cidade Cinema é o tema da terceira semana do projeto (17 a 23 de julho) e apresenta filmes que perguntam pelas histórias por trás de espaços em São Paulo: quem os construiu e os mantém? Que comunidades estão implicadas nesses lugares? Quais memórias atravessam um bairro? Há curtas que evocam relações com a própria história do cinema paulistano — por quem participou de um de seus capítulos, Piove, Il film di Pio*, de Thiago B. Mendonça, e pelos próprios cinemas de rua, como Este Cinema Tão Augusta, de Fábio Rogério. Há também um olhar para a vivência noturna e queer na cidade em Bailão*, de Marcelo Caetano (diretor do premiado Baby), e, ainda, uma perspectiva sobre a história da luta popular por moradia fabulada pelo olhar de uma criança em Mutirão: O Filme, de Lincoln Péricles.

Já a programação da última semana de julho (24 a 30), Neon, é dedicada ao clima e à narração de histórias noturnas — marcadas por desejo, paixão e risadas. Uma sessão de encontros inesperados, de memórias nostálgicas, primeiros amores e superfícies luminosas, como em Looping*, de Maick Hannder; Beijo na Santa, de Ana Costa Ribeiro; Como era gostoso meu cafuçu*, de Rodrigo Almeida; e A Festa e os cães*, de Leonardo Mouramateus.

O projeto Curta às Seis foi criado por Adhemar Oliveira e teve início em 1999, em apenas uma sala em S.Paulo. A longo de sete anos o projeto contemplou mais de 20 salas no país em uma inédita parceria do projeto com os exibidores. As sessões eram gratuitas e reuniam quatro ou cinco curtas sobre um mesmo tema como, Curta o Futebol, Curta o Meio-Ambiente, Curta o Amor, Curta a Infância, entre outros.

*Filmes premiados em festivais