Na nova animação da Disney e Pixar, Elio, acompanhamos Elio Solis (Lorenzo Tironi), um garotinho de 11 anos que recentemente ficou órfão e foi morar com sua tia Olga (Juliana Paiva) – que está completamente perdida sobre como se comunicar com ele. Ela é major do Exército, trabalha como analista orbital e aparentemente desistiu de suas ambições de se tornar astronauta depois de assumir a guarda do sobrinho.
Durante uma visita ao Museu do Ar e do Espaço local, Elio é tirado de sua concha por uma exposição iminente que celebra o programa espacial Voyager, lançado em 1977, que enviou uma mensagem de paz a todas as formas de vida no espaço sideral. Essa cena transmite um sentimento agridoce, que mistura melancolia e esperança, definindo o tom de todo o filme. Por conta desse passeio, ele passa a se perguntar se realmente existe vida lá fora e passa seus próximos anos buscando ser abduzido. Elio está tão convencido da incapacidade de ser amado que insiste: “Existem 500 milhões de planetas habitáveis lá fora, e um deles tem que me querer”.
A obsessão de Elio pelo espaço se torna um a pedra no caminho de Olga. O primeiro problema que isso causa é quando Elio se envolve em uma briga com dois garotos mais velhos por causa de um sinal de rádio amador assustador. O segundo, ainda pior, acontece quando ele causa uma enorme queda de energia no local de trabalho de sua tia ao tentar responder ao sinal. Olga argumenta que a vida acontece aqui embaixo e o manda para um acampamento na tentativa de que ele esqueça sobre qualquer coisa que venha de fora do planeta.
É aí que Elio finalmente tem suas preces atendidas e uma nave espacial aparece e o leva para bordo. Após uma rápida análise pelo computador espacial líquido Ooooo (Márcia Regina), Elio é então levado para o Comuniverso, um local onde representantes das vidas mais inteligentes da galáxia se reúnem. Há algo que lembra uma arraia rosa que lê mentes, uma planta que arrota orbes quando fala e algo que se parece com algo retirado dos incas, todos compartilhando o mesmo espaço.
Elio vivencia seu novo ambiente como um parque de diversões gigante, e o público deve sentir a mesma emoção em seu passeio relâmpago. Os extraterrestres acreditam que Elio seja o representante da Terra e o colocam como principal candidato para uma vaga ao lado deles, mas esse processo é abruptamente interrompido quando o outro candidato, o mal-humorado senhor da guerra Grigon (Zeca Rodrigues) — também conhecido como O Imperador Sangrento — faz birra após ser rejeitado e ameaça conquistar seu lugar usando a força.
O garoto precipitadamente se oferece para negociar com Grigon e chegar a algum tipo de acordo de paz, mas sua missão fracassa logo de cara. Ele é aprisionado por Grigon e ao tentar fugir da prisão encontra o filho bondoso do senhor da guerra, Glordon (Danylo Miazato). Os dois garotos solitários formam uma amizade improvável e juntos lutarão para serem aceitos por suas famílias e manterem o Comuniverso existindo.
Visualmente, Elio é tão espetacular quanto você pode imaginar, mas de alguma forma nada nele parece uma grande novidade. Nem no visual das naves e alienígenas e nem na trama, tudo parece de alguma forma reciclado de outros filmes da Pixar. O desejo de Elio de ser abduzido é uma maneira inovadora de revisitar um clichê familiar o estúdio: quando crianças das animações se sentem incompreendidas, elas se aventuram por conta própria, como acontece em Viva – A Vida É Uma Festa, Luca e Procurando Nemo. A comédia é equilibrada com os momentos emocionantes e comoventes, não apenas entre Elio e Olga, mas também com Glordon e seu pai dominador.
Ainda que não tenha o mesmo charme de outros filmes do estúdio, Elio é uma obra madura de entretenimento familiar, concebida para transmitir uma lição que qualquer criança que se sinta mal-amada, maltratada ou deslocada certamente se beneficiaria de ouvir — você não está sozinho.
Elio chega aos cinemas em 19 de junho de 2025.
Bom
Elio é uma animação radiante e cativante, com personagens alienígenas peculiares, mas que acaba ficando um pouco arrastado em alguns momentos e não oferece grandes novidades em termos de roteiro. Ainda assim, é um entretenimento suficientemente bom para satisfazer espectadores da mesma idade do protagonista e seus pais, mas definitivamente não é o mais memorável dos filmes da Pixar.