Duna: Parte Dois Duna: Parte Dois

Duna: Parte Dois I Crítica

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Duna: Parte Dois, um dos lançamentos mais aguardados de 2024, está chegando aos cinemas. O longo romance de ficção científica de Frank Herbert, é cheio de camadas e sempre foi considerado difícil de adaptar, não apenas pelos mundos complexos criados pelo autor, mas por ser complicado de conseguir transmitir para a tela toda a trama política e religiosa que envolve os personagens. Mas ao fazer o primeiro filme da saga, o diretor e roteirista Denis Villeneuve provou que estava apto ao desafio.

A história do primeiro filme se iniciou no ano 10191 e mostrou a trajetória do jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), filho do duque Leto Atreides (Oscar Isaac) e único herdeiro da nobre família. Os Atreides são obrigados pelo Imperador a deixarem seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo de Arrakis, onde devem coletar a matéria mais importante e valiosa do universo: a especiaria. Porém, isso causa discórdia com os Harkonnen, família importante que comandava o planeta e tirava suas riquezas do deserto.

Além de lidar com a mudança, com suas obrigações como herdeiro da Casa Atreides, Paul luta para interpretar seus sonhos, que frequentemente incluem uma bela Fremen, chamada Chani (Zenadaya). Ao chegar em Arrakis, a vida do protagonista sonhador sofre uma reviravolta gigantesca, mas que parece ser a deixa para que ele cumpra seu destino como o possível escolhido que cumprirá a profecia prevista pelas Bene Gesserit.

Duna: Parte Dois começa exatamente onde o primeiro filme nos deixou. Com a Casa Atreides destruída, Paul e sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), buscam um lugar entre os Fremen, o povo originário do planeta Arrakis e a aceitação do líder, Stilgar (Javier Bardem). Lady Jessica é uma Bene Gesserit que está maquinando para que seu filho seja aceito como o profeta Lisan al Gaib, para isso ela procura se infiltrar cada vez mais na estrutura de poder dos Fremen e se utilizar da fé dessas pessoas para conseguir alcançar seus objetivos. Enquanto isso, Paul inicia um relacionamento amoroso com Chani e busca ajudar os Fremen a se livrarem dos colonizadores, planejando e participando ativamente de várias batalhas contra eles.

O Barão Harkonnen (Stellan Skarsgård) e Beast Rabban (Dave Bautista) seguem desolando Arrakis em busca de especiaria, agora ao lado do assustador Feyd-Rautha Harkonnen (Austin Butler), que promete ser uma pedra no sapato de Paul. Em outro planeta, a Princesa Irulan (Florence Pugh), filha do Imperador Padishah (Christopher Walken), se preocupa com a falta de ação de seu pai em relação à guerra iminente em Arrakis.

Muito do que chamou atenção no primeiro filme foi trazido de volta para a sequência. O elenco segue muito competente e as nova adições mantém o padrão, o destaque é Austin Butler entregando um personagem com um temperamento pior do que qualquer outro visto no universo de Duna. As locações novamente são belíssimas, as naves espaciais inovadoras e vermes gigantescos surgindo das profundezas da areia, seguem assustadores. Tudo isso conseguido através de um belo trabalho de fotografia de Greig Fraser e o designer de produção Patrice Vermette.

Os figurinos perfeitos foram mais uma vez criados pela cinco vezes indicada ao Oscar Jacqueline West – inclusive, sua penúltima indicação foi justamente por Duna. Principalmente os trabalhos com bordados e miçangas dos trajes das Bene Gesserit são incríveis e extremamente detalhados. Não menos importante é a trilha sonora de Hans Zimmer e os grandiosos efeitos sonoros. Em alguns momentos o CGI peca um pouco, como quando são mostradas plateias repletas de pessoas, mas nada que torne a experiência menos agradável.

Em termos de narrativa, as críticas ao imperialismo, a extração de recursos desenfreada e ao fundamentalismo religioso chegam ainda mais fortes e óbvias em Duna: Parte Dois. E esses tópicos não são meros assuntos jogados ao acaso para darem algum peso dramático às cenas de ação, mas a essência da história. A sequência se aprofunda na lenda messiânica e possui um ritmo mais acelerado do que o do anterior, com muito mais ação acontecendo.

Duna: Parte Dois é mais um espetáculo visual de Denis Villeneuve que vale muito a pena ser visto na tela grande, pois praticamente faz com que o espectador mergulhe naquele universo. Se você gostou do primeiro filme, certamente achará o segundo ainda melhor. Porém, ele também traz um pequeno defeito do primeiro filme: o final que nos deixa querendo mais. Infelizmente, o terceiro filme ainda não tem data de lançamento prevista (ou mesmo confirmação oficial), mas certamente aguardaremos ansiosamente a chegada do Messias de Duna.

Duna: Parte Dois estreia em 29 de fevereiro nos cinemas nacionais, também em versões acessíveis, com distribuição da Warner Bros. Pictures. Para mais informações, consulte os cinemas da sua cidade.

4

Ótimo

O diretor Denis Villeneuve provou que entende muito de criação de mundos com sua primeira parte da adaptação do romance de ficção científica de Frank Herbert, com a sequência Duna: Parte Dois ele conseguiu novamente entregar visuais incríveis, com um roteiro ainda mais elaborado e muito mais ação. Um filme que vale o ingresso de uma boa sala de cinema.