Donzela | Crítica

Divulgação/Netflix

Quando tudo começa muito bem e o filme se encaminha para um final feliz nos primeiros minutos, sabemos que algo de muito errado vai acontecer. Não é preciso esperar muito para entender o porquê Donzela foi escolhido como nome do longa, afinal, somos apresentados a uma logo no início.

Donzela, filme estrelado por Millie Bobby Brown (Stranger Things), que chegou na última sexta-feira (8) ao catálogo da Netflix, traz uma fantasia medieval sombria repleta de aventura, momentos de tensão e muito desespero. O longa cria um conto de fadas às avessas, repaginando o conceito que temos do que é ser uma donzela. Diferente do tradicional, não temos uma princesa em perigo precisando ser salva. Aqui, ninguém esperava que ela tivesse sequer sobrevivido e é onde Millie Bobby Brown se destaca.

Sem entregar muito do roteiro, o longa traz Elodie, personagem de Bobby Brown. Depois de ser enganada, ela é jogada em uma caverna para servir de sacrifício a uma criatura antiga que amedronta o reino mais próximo. Para sobreviver e buscar por justiça, Elodie se transforma em uma guerreira. Seu reino está no limiar da pobreza, a população está morrendo de fome e a situação só piora. Confiar a esperança de tudo em uma jovem é o bastante? Donzela procura mostrar que sim.

Divulgação/Netflix

O filme agrada desde os primeiros momentos e é uma ótima opção para se ver com a família em um domingo de chuva. Por fugir do tradicional, Donzela instiga o público a assistir até o fim para saber se Elodie conquistará seu objetivo. O filme nos mostra detalhes que podem até mesmo serem considerados fortes para uma espécie de conto de fadas, como as consequências de ser queimado vivo por um dragão.

Além de toda a aventura presente em escalar rochas, cair em precipícios e quase ser queimada viva várias vezes, a história de Elodie encontra espaço para se destacar na sororidade. Antes dela, outras meninas foram parar ali e todas tiveram um destino diferente…e não são apenas as humanas. O dragão do filme merece também seus elogios, afinal a dublagem de Shohreh Aghdashloo encaixa muito bem e humanifica a criatura. A decisão do diretor Juan Carlos Fresnadillo de dar destaque ao dragão, adicionando falas ao personagem, foi um dos maiores acertos do filme. Além de visualmente bonita, a criatura é quem mais dialoga com Elodie e a relação entre as duas é a força motriz da produção.

Divulgação/Netflix

A atuação de Millie Bobby Brown é um dos pontos altos do filme, que parece ter sido feito para ela. Seja como princesa, como donzela ou como guerreira, ela entrega uma excelente personagem, que cativa do início ao fim. É claro que todos os olhos estão voltados para ela e por mais que não seja o papel de sua vida, Elodie encontra espaço para brilhar no imenso catálogo da Netflix.

3.5

Bom

Donzela consegue construir um conto de fadas sombrio, misturado com aventura e amor. Com uma atuação muito boa de Millie Bobby Brown, o filme funciona e entra na lista das boas produções da Netflix.