Crítica | Voldemort: Origins of the Heir entrega um material digno de fãs

No ano passado, um novo filme envolvendo o mundo mágico ganhou fama na internet. Desde o momento em que foi descoberta, a produção rapidamente tomou conta de sites e fóruns de Harry Potter. Aclamado pelos fãs, Voldemort: Origins of the Heir logo encontrou uma pedra em seu caminho. A Warner Bros. reclamou seus direitos autorais e impediu que a obra fosse um dia lançada. Felizmente, o amor dos potterheads falou mais alto. Em meio a inúmeros pedidos o estúdio resolveu voltar atrás em sua decisão e permitiu que o filme fosse feito. Apenas poucos minutos após o trailer ser lançado na internet, a produção já havia sido visualizada por milhares de pessoas.

Finalmente chegou o grande dia! Ontem, Voldemort: Origens of the Heir foi lançado no YouTube e já foi visto por quase dois milhões de pessoas. A obra surgiu após uma releitura do sexto volume da saga, O Enigma do Príncipe. Inspirados pelo desejo de saber mais sobre Tom Riddle, um grupo de fãs resolveu elaborar a resposta para suas dúvidas. Informações foram reunidas em um roteiro, que apesar de alguns furos, se encaixou muito bem naquilo que já sabemos.

A história

O filme conta a história de Riddle em seus dias como aluno de Hogwarts. Logo de cara temos a introdução de três novos personagens, dentre eles, a protagonista da trama ao lado de Tom. Como fã de Harry Potter, ter novas figuras trazidas ao universo do mundo mágico é muito bom. A vida do menino bruxo já foi (muito bem) contada, e agora queremos saber mais. Assim como na franquia Animais Fantásticos, o novo filme nos traz de volta ao passado. Mesmo não sendo oficializado por J.K. RowlingOrigins of the Heir serviu para nos provar que ainda há muito conteúdo a ser explorado. E em seus breves 52 minutos, a produção não apenas agradou, como surpreendeu positivamente.

Voldemort: Origins of the Heir

O filme

O filme traz a busca de Grisha McLaggen (Maddalena Orcali) pelo diário de Tom Riddle. Quando tenta invadir o esconderijo de aurores soviéticos, ela é capturada e submetida a um interrogatório. Por meio do uso de uma poção, a jovem revela tudo o que aconteceu em seu passado. Logo descobrimos que Grisha é herdeira de Godric Gryffindor. Mais nova, ela revela ter sido amiga de Riddle (Stefano Rossi), o herdeiro de Salazar Slytherin. Juntos, eles faziam parte de um grupo em Hogwarts, composto ainda pelos herdeiros de Helga Hufflepuff e Rowena Ravenclaw. Ao lado de Grisha e Tom, Lazarus Smith (Andrea Bonfanti)Wiglaf Sigurdsson (Andrea Deanesi) tentavam honrar seus antepassados, respectivamente.

Interrogada pelo auror General Makarov (Alessio Dalla Costa), Grisha revela informações importantes sobre um assassinato. Após a morte repentina de Hepzibah Smith (Gelsomina Bassetti), descendente da família Hufflepuff, a menina passa a desconfiar de Tom. Ciente dos interesses do ex-amigo, ela começa a investigar a vida do rapaz e entra em um caminho sem volta. Grisha nos leva de volta Hogwarts e a lugares de tirar o fôlego, mas que escondem acontecimentos sombrios.

Referências

O que mais me agradou em Origins of the Heir foram as referências. Desde as que só os maiores fãs irão perceber, até menções a nomes conhecidos, como Alvo Dumbledore, o filme nos leva de volta a história original em diversos momentos. Quando o nome de um possível comensal da morte é mencionado no final, não houve fã que não se segurou na cadeira.

As horcruxes de Voldemort estão de volta e nos é explicado como o bruxo conseguiu cada uma delas. Em determinado momento as informações se misturam e parece que não estamos mais entendendo nada. Quando o grande plot twist é revelado, peças se encaixaram e o verdadeiro objetivo de tudo é revelado. Além disso, o roteiro do filme deixou muitas pontas soltas sem respostas, que podem vir a ser respondidas em uma continuação. Independente de ter ou não, Voldemort: Origins of the Heir deixou claro que ainda há muito a ser contado.

Voldemort: Origins of the Heir

O que achamos?

Muitos podem vir a reclamar dos furos e erros cometidos no enredo. Tom Riddle tendo amigos e fazendo parte de um grupo? Não parece algo típico de uma pessoa que sabemos não poder amar. Como Mérope Gaunt brincava com o filho e o medalhão, quando já foi dito que ela morreu no parto? Além disso, sabemos que a vida tirada para que Riddle criasse a horcrux no diário não é de quem o filme dá a entender. Nas palavras de Harry:
“-Rony, aquela garota que morreu. Aragogue disse que ela foi encontrada no banheiro (…) E se ela nunca saiu do banheiro? E s ela continua lá?”

Em uma produção elaborada por fãs, não podemos ser céticos, apenas admiradores. O que mais chamou a atenção no filme, foi a maneira como tudo se encaixou. Quando levamos em conta que estamos vendo algo feito por amadores, temos em nossa frente algo grandioso. Os efeitos audiovisuais são incríveis, a fotografia é belíssima e até mesmo a escola de magia foi bem retratada. Criar algo fictício sem o material que os grandes estúdios tem a disposição não é fácil, ainda mais quando não haverá nenhum fim lucrativo. Só temos a agradecer a Triangle Films e a todos os envolvidos, por trazerem nosso amado mundo mágico de volta para nós. Nos resta esperar por uma possível continuação, pois não sei vocês, mas estamos ansiosos!

Não podemos deixar de mencionar também, em todo o trabalho de fazer algo acessível para o mundo todo. O filme foi todo dublado para o inglês – o que poderia não ter sido feito, visto que a dublagem acabou atrapalhando um pouco. Uma vez que o elenco era composto por atores italianos, o idioma oficial poderia ter sido mantido. Além disso, legendas em diversos idiomas foram disponibilizadas no filme, tornando possível a compreensão em boa parte dos países. Um trabalho bem feito e com um resultado extremamente surpreendente!

Voldemort: Origins of the Heir
  • Muito Bom
4

Resumo

Voldemort: Origins of the Heir foi um material criado por fãs, para fãs. Quando pensamos nisso, não há como criticar uma produção de tamanha qualidade. Apesar dos furos no roteiro, nos foi apresentado algo com qualidade e nexo, deixando aberta a porta para uma possível continuação!