Crítica | Vingadores: Ultimato – A obra-prima do gênero super-herói

Marvel Studios' AVENGERS: ENDGAME..L to R: Nebula (Karen Gillan) and Captain America/Steve Rogers (Chris Evans)..Photo: Film Frame..©Marvel Studios 2019

[CRÍTICA SEM SPOILERS]

Apesar de não necessariamente ser a conclusão da Fase 3 do MCU (será Homem-Aranha: Longe de Casa), Vingadores: Ultimato é a conclusão da primeira geração de heróis que iniciou em 2008 com Homem de Ferro. É o ponto final dos 10 anos de universo cinematográfico – vinte e um filmes que se tornaram uma emocionante jornada. Só quem acompanhou todos esses filmes, sentirá o peso narrativo de Ultimato. A sintonia e o carinho por esses personagens é algo inevitável.

O filme

A trama é situada 23 dias após o estalo de Thanos (Josh Brolin), com os super-heróis que sobreviveram querendo vingança. No entanto, suas esperanças de uma resolução para desfazer o estalo devastador são frustradas, e os heróis são forçados a aceitar um mundo onde metade da população foi eliminada. Porém, Scott Lang (Paul Rudd) reaparece após cinco anos e possibilita uma ideia para o grupo liderado por Steve Rogers (Chris Evans) – uma viagem no tempo utilizando o Reino Quântico. Os heróis se reagrupam e planejam o intitulado “roubo no tempo”, onde buscam recuperar as Joias do Infinito antes de Thanos.

Narrativa

Vingadores: Ultimato é a confirmação de Joe e Anthony Russo como os melhores cineastas que passaram pela MCU. A dupla de diretores é responsável pelos filmes mais importantes e os melhores do universo cinematográfico (Capitão América: Soldado Invernal, Guerra Civil, Guerra Infinita e agora Ultimato). Em todos os longas, construíram uma narrativa instigante e respeitando o legado dos quadrinhos. Jamais acreditei que a saga das Joias do Infinito pudesse ser adaptada aos cinemas pela complexidade. São várias e várias histórias nas HQ’s para uma compreensão. E tanto em Guerra Infinita quanto em Ultimato nos tornamos experts no assunto. Mérito dos diretores e da dupla de roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, que, em pouco mais de três horas – conseguem amarrar a trama criada em 3 fases de filmes.

Neste longa o desafio é maior quanto abordam a viagem no tempo e o reino quântico. Os dois conceitos são inseridos de uma forma didática com diálogos inteligentes e referências a cultura pop. O mérito está em não subestimar a inteligência de um público que traz na bagagem mais de 20 filmes de universo Marvel. Essa virtuosidade nem faz sentir que o longa possui 3h de duração. Nenhuma cena, nenhum diálogo são descartáveis. Cada detalhe é importante e o roteiro foi deveras eficiente em aproveitar o máximo de cada personagem.

Heróis

O conceito de heróis durante algum tempo foi menosprezado após alguns fracassos cinematográficos. Quando Hollywood não mais acreditava no gênero, a Marvel Studios surge resgatando a essência desses personagens para as telonas. Acompanhamos o nascimento e a queda desses heróis. Alguns vieram de outros universos, mas todos possuem algo em comum: a esperança e a humanidade. Thor, por exemplo, é um deus asgardiano que ao longo dessa jornada se tornou muito mais humano. Neste capítulo, o maior poder dos Vingadores está nessa esperança, no “custe o que custar”.

O início mostra os Vingadores originais destruídos internamente. Alguns escondem o luto muito bem, outros escancaram da pior forma possível. Reparar o estalo de Thanos não é somente a oportunidade de salvar o universo, mas é a chance de encontrar a redenção, realização ou, simplesmente, descansar. Neste filme, é sentido o peso de longos anos de missões arriscadas e escolhas difíceis. Um personagem em específico está desagastado fisicamente e psicologicamente. Essa missão é encarada como seu ato final.

Apesar do elenco farto, todos tem a chance de brilhar. Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Steve Rogers (Chris Evans) sempre foram os pilares que ligam os Vingadores, mas é de enaltecer o crescimento e importância que os novos heróis ganharam nas mãos dos irmãos Russo. Capitã Marvel teve uma adaptação mediana em seu filme solo. Porém, Carol Danvers está imponente, literalmente brilha e ratifica o título dado por Kevin Feige de heroína mais poderosa do MCU.

Não estamos preparados para Vingadores: Ultimato!

Os irmãos Russo nos enganaram legal! 80% das cenas exibidas nos trailers são falsas como alertaram. Mas duvidamos. E todas as teorias apontadas pelos influencers não chegaram nem perto. Ao final, somos surpreendidos a todo instante. Quando achamos que houve o desfecho, há uma grande reviravolta. Todos os caminhos que o filme segue são compreensíveis e bem explorados. Personagens “esquecidos” e até o universo da TV são aproveitados. É quando os fãs percebem do enorme universo que a Marvel conseguiu criar.

A dupla de diretores tem pleno controle do que estão fazendo, inclusive, reservam cenas para o público entrar em êxtase, dar risada e se emocionar. Ao final, há um lindo presente com uma sequência que entrará para a história. É um presente para aqueles que estiveram nessa jornada durante 10 anos. Um presente aos fãs de quadrinhos. Uma experiência cinematográfica única na cultura pop.

Veredito

Vingadores: Ultimato é um longa épico, emocionante, divertido e poderoso. É a última peça de um lindo mosaico construído por Kevin Feige em 2008. É a celebração do legado deixado por Stan Lee, Jack Kirby e tanto outros nomes importantes que passaram pela Marvel. Sem exagero, o longa dos irmãos Russo é a obra-prima do gênero super-herói. Está marcado como o grande filme/evento da história cinematográfica.

Ps: Não há cenas pós-créditos.

5

Excelente

Sem exagero, o longa dos irmãos Russo é a obra-prima do gênero super-herói. Está marcado como o grande filme/evento da história cinematográfica.