Crítica | Vingadores: Era de Ultron

Os Vingadores (2012) foi um marco ao reunir pela primeira vez um grupo de super-heróis e provar que é possível trabalhar nas telonas a dinâmica entre os personagens, algo tão bem visto nos quadrinhos da Marvel, que conseguiu trazer seu universo compartilhado para o cinema e TV. Três anos depois e novamente dirigido e escrito por Joss Whedon, Vingadores: Era de Ultron se apresenta como o longa mais maduro que seu antecessor e mais complexo. Não é de menos, muita coisa aconteceu entre os heróis e traumas ali permaneceram.

A batalha de Nova York fez de Tony Stark (Robert Downey Jr.) um sujeito neurótico em usar suas habilidades tecnológicas para garantir a segurança da população. Mesmo ao lado de seus poderosos amigos e com a instalação da Torre de vigilância dos Vingadores, Stark com a ajuda de Jarvis (dublado por Paul Bettany) e do também atormentado Bruce Banner (Mark Ruffalo) criam uma inteligência artificial chamada de Ultron.

Quando os Vingadores se apossam do cetro de Loki em uma espetacular sequência de ação, Stark encontra ali uma fonte de energia para seu experimento. Mas, a criação se vira contra ele e nasce uma versão deturpada e avessa de Tony. Ultron é nada menos do que um espelho distorcido de seu criador que acredita na extinção da humanidade a partir dos Vingadores.

Whedon consegue de uma maneira mais eficiente trabalhar os muitos personagens, que mais uma vez é destacada pela química entre os atores. Chris Evans, Chris Hemsworth, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Jeremy Renner e Mark Ruffalo seguem seguros e bem a vontade em seus respectivos papeis. O diferencial neste longa são cenas do grupo em situações comuns, o que rende momentos divertidos.

Sem subestimar a inteligência do público, o diretor e roteirista cria uma divertida e despretensiosa cena durante uma festa na Torre dos Vingadores, mas que ajuda a explicar a situação de cada personagem sobre os eventos nos filmes solos anteriores. O tema família ganha relevância quando o passado dos heróis é rebuscado e acompanhamos a história de Clint Barton/Gavião Arqueiro (Renner), com uma maior e importante participação para o crescimento de alguns personagens, entre eles, da jovem Wanda Maximoff/Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen).

Ao lado do irmão gêmeo Pietro/Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson), os dois personagens foram muito bem representados. Familiares no universo dos quadrinhos, os irmãos ganham uma nova classificação no longa ao serem chamados de “Os aprimorados” no lugar de mutantes por questões legais, uma vez que os direitos dos X-Men pertencem à 20th Century Fox, que também apresentou sua versão do Mercúrio no cinema em 2014.

Olsen se sobressai como Wanda e desempenha com competência a força de sua personagem e com seus poderes telecinéticos e telepáticos muito bem exercidos, que ocasiona na melhor sequência do filme: o combate entre Hulk e Tony Stark usando a Hulkbuster, a incrível armadura criada para deter o gigante esmeralda. Outro novo herói apresentando é Visão, um personagem clássico e que ganha uma adaptação honesta resgatando alguns de seus conceitos nas HQs. Paul Bettany encarna com excelência o androide, que ganhará uma importância ainda maior nos próximos filmes.

A mesma EXCELÊNCIA (em caixa alta mesmo) para James Spader, que dubla e teve seus movimentos capturados por computação gráfica para viver o vilão Ultron. Com sua voz, o experiente ator consegue intimidar, ironizar e ser ameaçador. O personagem faz um interessante paralelo do conto Pinóquio em sua criação e com o próprio Tony Stark usando a mesma prepotência e egocentrismo do bilionário.

Com sutileza, o roteiro de Whedon faz referência a todo o universo Marvel, que incluem os filmes Capitão América – O Soldado Invernal, Thor: O Mundo Sombrio, Guardiões da Galáxia e as séries Agents of SHIELD e Agent Carter.

No aspecto técnico, o longa agrada e demostra o amadurecimento de Whedon, que buscou novas técnicas para sequências de ação. O ato inicial do longa é incrível e um dos poucos momentos em que o 3D convertido funciona, uma falha do diretor que ainda não aprendeu a utilizar o recurso. Os efeitos visuais estão ótimos, desde o aprimoramento na captura de movimentos do Hulk e na criação de Ultron, tão assustador quanto na versão em quadrinhos.

No mais, Vingadores: Era de Ultron abre caminho para um cenário ainda mais importante e intenso para os heróis. Com uma sentida perda neste longa, o estúdio promete um futuro nada fácil pela frente. Guerra Civil, Ragnarok e Guerra Infinita virão por aí!

Ps: Há uma cena durante os créditos finais do filme. Muito se especulou sobre uma cena de um conhecido herói após os créditos, mas nada foi adicionado.

  • Ótimo
4

Resumo

No mais, Vingadores: Era de Ultron abre caminho para um cenário ainda mais importante e intenso para os heróis. Com uma sentida perda neste longa, o estúdio promete um futuro nada fácil pela frente. Guerra Civil, Ragnarok e Guerra Infinita virão por aí!