Vidas à Deriva estava, sem dúvidas, entre os filmes mais aguardados por mim em 2018. A razão para isso? Os dois protagonistas da trama: Sam Claflin e Shailene Woodley. Sou fã de Sam desde 2011, e sempre que o vejo compondo algum elenco, paro para assistir. Woodley talvez não esteja em minha lista de atrizes favoritas, mas por alguma razão desconhecida, imaginei que a química entre ela e Sam seria incrível. E sem dúvida foi. Outro motivo que me levou a ficar ansiosa para assistir Vidas à Deriva, foi o fato de se basear em uma história real. Embora muitos não gostem, sou particularmente fã desse tipo de trama. É bonito pensar que tudo aquilo que estamos vendo na tela realmente aconteceu com alguém.
Felizmente não precisei esperar até agosto para enfim conhecer a história de Tami e Richard. Graças a Editora Astral Cultural, assistimos ontem Vidas à Deriva. Caso você pense que nunca ouviu falar dessa editora, saiba que ela também é responsável pela publicação de A Barraca do Beijo, o mais recente sucesso da Netflix.
O Filme
Em 1983, Tami Oldham vivia seus 24 anos da melhor forma possível. Após sair do conforto de sua casa em San Diego, a menina decidiu se aventurar pelo mundo. Trocando trabalho por qualquer coisa que a mantivesse viajando, ela conheceu lugares exóticos e belos ao redor do planeta. Quando chegou ao Taiti, não imaginava que a maior mudança de sua vida iria acontecer. Enquanto cuidava de um barco, o velejador Richard Sharp ancorou no píer. No maior estilo “amor à primeira vista”, bastou uma troca de olhares para os dois se apaixonarem. Pouco tempo depois, ele a convidou para velejar o mundo no Mayaluga. Juntos, o casal viveu uma lua de mel antecipada, conhecendo paisagens paradisíacas e sem se preocupar com nada mais do que o próprio amor que sentiam um pelo outro.
Quando Richard recebe uma proposta tentadora de levar o barco de um casal de amigos para Califórnia, Tami se vê num dilema. Ela não pretendia voltar para casa tão cedo, mas deixar Richard para trás também não lhe pareceu uma boa opção. É então que Tami e Richard embarcam na maior aventura de suas vidas. Juntos, decidem cruzar oceanos rumo a San Diego a bordo do Hazaña. O que eles não contavam, porém, era que seu trajeto fosse cruzar com o Furacão Raymond. Com ondas imensas e ventos extremamente fortes, o barco acabou virando inúmeras vezes até ficar completamente destruído. Quando Tami acorda no deck 27 horas depois, encontra seus sonhos em pedaços e logo começa a procura inesgotável por Richard.
Durante 41 dias em pleno mar aberto, ela usou a voz do marido para conseguir sobreviver. Sempre ao seu lado, Richard a guiou até o Havaí, onde enfim conseguiu ser resgatada.
O Que Achamos de Vidas à Deriva?
Não há como não pensarmos no quanto Tami deve ter sofrido em seus 41 dias no mar. Independente da opinião que o público possa ter sobre o filme, tenho de agradecer ao diretor Baltasar Kormákur por nos contar essa história. Se não fosse por Vidas à Deriva, eu provavelmente não saberia da existência de Tami e Richard.
Mesmo que seja uma história real, existem elementos na trama que a atrapalham – e muito. Sabemos que é necessário se desenvolver o relacionamento de Tami e Richard para que o drama seja sentido, mas os flashbacks frequentes atrapalham o ritmo do longa. É fácil se perder em meio a tantas cenas no oceano, e temos de prestar muita atenção para entender tudo. Embora mostrar todos os dias de Tami no barco fosse ser extremamente cansativo para o público, nos levar de volta ao passado não mudou muito o efeito. Essa talvez tenha sido minha única crítica negativa em relação ao filme.
A química existente entre Shailene e Sam é incrível. Em diversos momentos do filme me peguei torcendo para que eles ficassem juntos até mesmo na vida real. A grande jogada de Vidas à Deriva foi o desenvolvimento do casal, mesmo que para isso tivessem de recorrer ao flashbacks. Temos milhares de histórias relacionadas a sobreviventes de naufrágios em Hollywood, o que torna esta especial é o relacionamento entre o casal de protagonistas.
O filme não foge muito dos velhos clichês do gênero. Temos uma menina linda que se apaixona perdidamente pelo lobo do mar solitário e juntos desenvolvem uma paixão de causar inveja a muito casal. Quando tudo parecia um paraíso, uma grande tragédia acaba para sempre com o sonho do casal. Parece até mesmo um livro de Nicholas Sparks, com a triste diferença de que realmente aconteceu.
O Elenco
Embora a química do casal seja incrível, ainda não foi dessa vez que Shailene Woodley conseguiu entregar uma performance de alta qualidade. Sei que ela tem capacidade para isso e continuarei esperando por esse momento. Por enquanto, não há como negar a facilidade que a atriz tem de criar química com seus pares românticos. O único problema está que em determinado momento do filme, ela depende deles para se sustentar. Em Vidas à Deriva não foi diferente. As cenas em que Woodley contracena com Sam Claflin transbordam amor e envolvimento. Quando ela está sozinha, porém, a cena se arrasta e torcemos para que ele volte logo.
Por fim, Vidas à Deriva está longe de ser o melhor filme do ano ou até mesmo um dos destaques, mas está igualmente longe de ser ruim. Caso você se emocione fácil, recomendo levar uma caixa de lenços, pois eles certamente serão necessários.
Resumo
Vidas à Deriva está longe de ser o melhor filme do ano ou até mesmo um dos destaques, mas está igualmente longe de ser ruim. Caso você se emocione fácil, recomendo levar uma caixa de lenços, pois eles certamente serão necessários