Crítica | Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw

Reprodução/Universal Pictures

Perto de completar 20 anos do lançamento do primeiro filme, Velozes e Furiosos evoluiu de uma franquia de carros turbinados para filmes de ação desenfreada com personagens turbinados. Vin Diesel e cia se tornaram verdadeiros super-heróis, saltam de carros em alta velocidade, levam tiros e, ao final, sofrem apenas arranhões.

Com a presença de mais astros de ação ao longo dos filmes, a Universal Pictures encontrou um verdadeiro parque de diversões, transformando seus filmes em pastelão, mas um pastelão saboroso. Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw é o primeiro longa derivado da série contando com os personagens Luke Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson) e Deckard Shaw (Jason Statham). A dupla nunca se entendeu e essa rivalidade vem à tona quando precisam impedir uma ameaça global liderada por Brixton (Idris Elba), um super-humano que foi sujeitado a experimentos de uma organização secreta.

Com a presença de um antagonista descrito como Superman negro, cabe a Hobbs e Shaw deixar as diferenças de lado e impedir que um vírus mortal seja liberado e ameace a humanidade.

Apesar de trazer Velozes e Furiosos em seu título, Hobbs & Shaw funciona como um filme independente. Não é necessário ter visto os filmes anteriores para se situar na narrativa deste derivado. Alguns diálogos bastam para deixar implícito que os protagonistas não se suportam. A rivalidade dos personagens é um prato cheio para Dwayne Johnson e Jason Statham trocarem farpas e fazerem piadas que envolvem músculos e tudo mais que envolva testosterona. A sintonia e carisma da dupla carregam o filme nas costas.

O diretor David Leitch (Deadpool 2, John Wick) aproveita o potencial de The Rock e Statham em cenas de ação que desafiam as leis da física. Hobbs e Shaw atravessam paredes, saltam de prédios, capotam de carros, enfrentam um exército de soldados e, pasmem, não sofrem uma fratura sequer. Quando acreditamos que os protagonistas possuem super poderes, a dupla consegue ser abatida com uma simples coronhada na nuca.

Mas, o longa reserva espaço para o drama, uma alternativa eficiente para aproximar Hobbs e Shaw. Os dois personagens possuem pendências familiares. O passado dos brutamontes é explorado e ambos percebem que possuem algo em comum. Hattie (Vanessa Kirby), irmã de Shaw, é peça chave para impedir a ameaça de Brixton e para dar um fim na rixa dos dois. Conhecida pela série The Crown, Kirby demonstra versatilidade e não decepciona nas cenas de ação. Além disso, ela não fica ofuscada quando está contracenando com The Rock e Statham.

O ponto falho é o vilão interpretado pelo subaproveitado Idris Elba. Pouco se sabe sobre Brixton e a organização  que representa. Suas motivações são rasas, dignas dos antagonistas de filmes B dos anos 80. O personagem é apenas um peão de uma grande ameaça e, o filme fica a mercê de segredos e mistérios para serem resolvidos em uma provável continuação.

Por fim, Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw é o filme para quem espera ação eletrizante e dois astros de ação brilhando em cena. A franquia pode ter inúmeros problemas, mas nunca decepcionou em entregar uma boa diversão ao seu público.

Ps: O filme conta com duas cenas pós-créditos. 

3

Bom

Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw é o filme para quem espera ação desenfreada e dois astros de ação brilhando em cena. A franquia pode ter inúmeros problemas, mas nunca decepcionou em entregar uma boa diversão ao seu público.