Crítica | Uma Dama De Óculos Escuros Com Uma Arma No Carro é a prova de que fugir dos blockbusters pode ser muito bom!

Dany Dorémus (Freya Mavor) é uma mulher aparentemente discreta, ao aparecer pode-se até a confundir com uma freira, mas ela é secretária numa agência de publicidade e nutre uma paixão secreta por seu chefe, Michel Caravaille (Benjamin Biolay), que casou com uma antiga colega sua, Anita (Stacy Martin). Quando o chefe a convida para um trabalho extra de última hora, em sua casa, é que as coisas começam a se desenvolver.

Nota-se uma leve rivalidade entre Dany e Anita, provocações discretas, sempre não ditas, mas percebidas. Após finalizar seu trabalho, é pedido para que ela deixe a família no aeroporto (eles têm uma filhinha), e depois leve o carro de volta até a casa, acontece que Dany nunca viu o mar e está disposta a cair na estrada com carrão do chefe, um Ford Thunderbird, para chegar até lá.

O que começa como uma jornada de libertação, logo se transforma em um suspense psicológico dos bons. Por onde passa, Dany é reconhecida, ela tem diversos encontros ao longo do caminho, em que as pessoas alegam se lembrar dela. Normalmente, assumiríamos que todos esses esquisitos – do restaurante, do posto de gasolina e do hotel – estavam de alguma forma loucos, mas o diretor, Joann Sfar não nos deu qualquer razão para considerar sua heroína confiável, o que certamente complica as coisas quando ela descobre um corpo no porta-malas e um rifle escondido no banco de trás.

Passamos a questionar a sanidade da personagem principal, em especial pelos truques alucinatórios que Sfar utiliza, nos quais o tempo parece retroceder ou então avançar para algum futuro possível. O condutor faz tudo parecer surreal o suficiente para que não nos detenha a considerar a única explicação lógica. Será mesmo que ela é uma assassina? Como todos já a conheciam antes mesmo de ela estar ali? Qual é a solução do mistério, afinal?

Essas e outras perguntas serão feitas até o final do filme, que bom… É claro que não vou revelar, mas ao menos, se não for satisfatório, não se pode negar que é surpreendente! Baseado em um romance policial do autor Sébastien Japrisot, o filme francês é uma refilmagem de uma outra versão de 1970, Lady. Estreia no Brasil no dia 11 de maio.

Divulgação (Mare Filmes)

 

  • Bom
3

Resumo

O que começa como uma jornada de libertação, logo se transforma em um suspense psicológico dos bons. Baseado em um romance policial do autor Sébastien Japrisot, o filme francês é uma refilmagem de uma outra versão de 1970, Lady.