Crítica – Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola

Depois de se estabelecer na TV com os sucessos Uma Família da Pesada e American Dad, o diretor e roteirista Seth MacFarlane caiu nas graças do público no cinema com a divertida comédia Ted, que apresentava um ursinho nenhum um pouco convencional. Usando a mesma estética em suas animações na TV, MacFarlane aproveitou muito bem as piadas de humor negro sobre a cultura pop e usando o politicamente incorreto de maneira bem prática e inteligente.

Contudo, alguns desses elementos que fizeram de Ted um sucesso de bilheteria não foram o suficiente para garantir o mesmo êxito de Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, sua nova comédia agora ambientada no Velho Oeste.

A trama acompanha um criador de ovelhas (MacFarlane) que parece viver tranquilamente com sua namorada (Amanda Seyfried) até quando se demonstra um covarde quando recusa um duelo de tiro, o que geria o fim de seu relacionamento pela falta de coragem em defesa da honra. Após perder a amada, o jovem fazendeiro encontra uma bela pistoleira (Charlize Theron) que o ensina a atirar, mas ele não sabe que ela é a esposa de um terrível pistoleiro (Liam Neeson).

Com o auxílio de Alec Sulkin e Wellesley Wild no roteiro, MacFarlane demonstra inconsistência em sua direção ao apresentar uma narrativa que segue o mais do mesmo. O que difere seus roteiros das comédias atuais, é que o comediante vai de encontro com tudo que é correto e segue uma linha irresponsável no que diz respeito aos palavrões gratuitos e cenas escatológicas. Aqui, o diretor e roteirista usa alguns desses elementos, mas seguindo uma história tradicional com um mocinho, uma dama e um temido vilão. Talvez a ideia fosse de seguir esse contexto e subverte-los, mas não ficou tão claro na narrativa.

Diferente de Ted em que MacFarlane apenas dublava o ursinho, aqui ele se arrisca como ator e infelizmente não agrada. Faltou desenvoltura e carisma, algo que sobra em Neil Patrick Harris e Giovanni Ribisi, acostumados em filmes do gênero. A participação de ambos rendem os momentos mais engraçados da fita ao lado da sempre ótima Sarah Silverman. Theron, a atriz mais completa do elenco, demonstra sua capacidade de saber divertir quando se precisa e apresentar um drama bem construído em sua personagem. Nitidamente apenas se divertindo em cena, Liam Neeson faz o típico vilão clichê e rende bons momentos.

Merece elogios a fotografia que capta belíssimos cenários e paisagens. Além disso, o longa apresenta divertidos e inteligentes easter eggs que valem o ingresso e conseguem ser mais engraçados que a própria história.

Um Milhão de Maneiras de Pegar a Pistola apresenta algumas cenas hilárias, mas não o bastante para agradar durante os 116 minutos de filme. Na tentativa de querer atrair o público mais jovem dosando um pouco no humor negro, o diretor e roteirista perdeu um pouco da ousadia, um dos grandes motivos pelo seu sucesso até então.

  • Regular
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Resumo

Um Milhão de Maneiras de Pegar a Pistola apresenta algumas cenas hilárias, mas não o bastante para agradar durante os 116 minutos de filme. Na tentativa de querer atrair o público mais jovem dosando um pouco no humor negro, o diretor e roteirista perdeu um pouco da ousadia, um dos grandes motivos pelo seu sucesso até então.