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Crítica | Tom Hardy evita que Venom seja um desastre total

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Não é por acaso que a Sony Pictures cedeu os direitos de Homem-Aranha para a Marvel Studios. Já era evidente que o estúdio estava perdido depois do fracasso de O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2. A possibilidade de mais um filme desastroso era alta, mas felizmente o MCU resgatou as origens clássicas do amigão da vizinhança. Mas a Sony decidiu se mexer. Vendo o sucesso de Tom Holland como o herói no universo de Vingadores, os produtores tiveram a “brilhante” ideia de criar seu próprio universo do aracnídeo com filmes sobre seus algozes. O pontapé inicial é Venom, filme planejado há muito tempo, mas que sempre era engavetado. Apesar de um bom elenco e um início promissor, o Venom cai nos clichês e beira um fracasso total.

O Filme

Tom Hardy encarna Eddie Brock, um jornalista especialista em expor no seu programa casos de corrupção e as mazelas da cidade. Quando ele recebe a missão de cobrir as conquistas do ganancioso Carlton Drake (Riz Ahmed) da Fundação Vida, Eddie se recusa de início, mas a possibilidade de um grande furo fala mais alto. Ele decide jogar contra Drake todas as acusações sobre sua pesquisa envolvendo foguetes espaciais. A investigação custa caro. Eddie perde seu emprego, apartamento e a noiva (Michelle Williams). Eventualmente ele tem a chance de se vingar e expor o que acontece na Fundação Vida, quando um simbionte alienígena intitulado Venom toma posse de seu corpo.

Tom Hardy

Se não fosse por Tom Hardy, Venom seria um fracasso colossal. O ator se esforça para entregar uma boa performance, mesmo com o roteiro prejudicando o desenvolvimento de Eddie Brock – um sujeito egoísta e que joga no lixo a carreira da namorada – e sequer foi capaz de pedir desculpas – sendo necessário um alienígena alertar sobre seu egocentrismo. Suas qualidades como jornalista não foram bem apresentadas, fazendo de Eddie no início alguém deplorável.

O fiapo de esperança é a transformação de Hardy no simbionte. A sequência inicial de Venom é capaz de empolgar. Mas novamente, somos trapaceados. A relação entre Eddie e Venom se resume em piadas, algumas até criativas. Mas suspeito se foram intencionais. Há potencial em Venom e na conexão entre Eddie e o simbionte. Porém, as inconsistências prejudicam toda sua criação e transformam o filme num bromance entre um humano e um alienígena.

Elenco de apoio

O elenco de Venom conta com rostos conhecidos e talentosos. Porém, interpretam personagens pouco convincentes. Jenny Slate, que vive a Dra. Skirth, é conhecido por seu carisma, mas sua personagem robótica e com diálogos pouco contundentes dificultam o espectador acreditar que ela está lutando por algo.

Pior para Michelle Williams no papel Anne Weying, advogada e namorada de Eddie. A atriz entra no piloto automático e entrega uma atuação sem energia. Williams não tem muito o que fazer na história. Sua personagem existe apenas para ser o par romântico de Hardy, mas falta química para ambos.

Riz Ahmed como Carlton Drake é a figura vilanesca mais clichê possível. O ator tenta justificar a maldade de Drake com mudanças abruptas e extremas de humor e, muitas caras e bocas. Ahmed chega a mostrar um interessante lado manipulador de Drake em algumas cenas, mas os diálogos rasos dificultam sentir uma ameaça vindo dali.

Visual

O diretor Ruben Fleischer acerta no visual de Venom, que lembra a clássica figura assustadora das HQ’s. Os efeitos CGI pecam um pouco por cenas ambientadas em locais escuros e turvos. Isso dificulta a batalha final, que por muitas vezes fica difícil situar quem é quem no combate. As sequências com Tom Hardy como a perseguição de moto e na floresta foram bem construídas, dada a fotografia de Matthew Libatique.

O que achamos?

Venom é mais uma oportunidade perdida pela Sony Pictures. Parece que a parceria do Homem-Aranha na Marvel Studios não foi suficiente para o estúdio ser efetivo na própria franquia de filmes. O esforço de Tom Hardy o credencia para uma nova chance no papel, mas em outra casa.

E se espera uma adaptação da clássica saga Protetor Letal, prometido por Ruben Fleischer, foi apenas a ambientação de São Francisco. O material original foi pouquíssimo utilizado.

Ps: Há duas cenas pós-créditos, sendo a primeira mais importante para os rumos da potencial franquia.

2

Regular

Venom é mais uma oportunidade perdida pela Sony Pictures. Parece que a parceria do Homem-Aranha na Marvel Studios não foi suficiente para o estúdio ser efetivo na própria franquia de filmes. O esforço de Tom Hardy o credencia para uma nova chance no papel, mas em outra casa.