Crítica | Thomas Jane entrega uma incrível performance em ‘1922’

2017 marcou por várias adaptações para a TV e cinema sobre histórias de Stephen King. Netflix aproveita o embalo e lança o segundo filme em menos de 1 mês sobre uma obra do autor. 1922 é inspirado na coleção Escuridão Total, Sem Estrelas. Estrelado por Thomas Jane, que retorna ao universo de King depois das atuações em O Apanhador de Sonhos (2003) e O Nevoeiro (2007), o filme não tem o mesmo impacto que Jogo Perigoso causou, mas se destaca por uma ótima performance de Jane.

A história é mais um estudo de Stephen King sobre quão perversa a mente humana pode ser. Um conto de culpa, arrependimento e as consequências irreversíveis de seus atos. O enredo é bem simples. Wilfred James (Thomas Janes) é um pacato fazendeiro, que assassina sua esposa, Arlette (Molly Parker), com a ajuda do filho, Henry (Dylan Schmid), em Nebraska. A transformação de um sujeito comum para um ser frio e perverso, acontece quando sua esposa quer o divórcio, e deseja vender a fazenda, que está em seu nome, para morar na cidade com o filho de 14 anos.

A partir daí, a narrativa é sobre a perspectiva de Wilfred. Dirigido e escrito por Zak Hilditch (As Horas Finais), o longa se mantém eficiente em construir a transformação de Wilfred em uma atuação soberba de Thomas Jane. O ator está irreconhecível. Desde o sotaque que lhe deu uma voz tenebrosa, até uma mudança de feição a cada diálogo com a esposa. Jane entrega uma performance estudada e séria, quando um homem está movido apenas na vingança. A cena do assassinato acompanha sua frieza. Uma sequência seca, no sentido da ausência da trilha, apenas o som da esposa em agonia e dos golpes de faca.

O filme vacila em seu o terceiro ato com uma narrativa lenta e desinteressante. Há alguns importantes momentos como a degradação mental de Wilfred e as assombrações da esposa. Por se tratar de um conto, ficou a sensação de que foram além do que deveria, principalmente pela insistência no arco de dois outros personagens, que pouco acrescentaram durante o longa.

1922 estreou na Netflix em 20 de outubro, data que ficou marcada pela tragédia em Goiânia. Difícil não fazer ponderações sobre o filme e o caso do menino de 14 anos que matou a tiros dois colegas de escola após sofrer bullying. Seja na ficção ou na vida real, a mente humana pode ser mais assustadora e destrutiva do que parece.

3

BOM

Estrelado por Thomas Jane, que retorna ao universo de King depois das atuações em O Apanhador de Sonhos (2003) e O Nevoeiro (2007), o filme não tem o mesmo impacto que Jogo Perigoso causou, mas se destaca por uma ótima performance de Jane.