Crítica | Star Trek: Sem Fronteiras é o melhor blockbuster do ano até aqui

Apesar de ser um dos pilares da cultura pop, Star Trek sempre foi uma franquia nichada, talvez por ser mais voltada para a ficção científica e menos para uma ação desenfreada. Nesse contexto, quando o reboot de J.J. Abrams foi lançado em 2009, estava mais do que na hora de uma nova geração conhecer os mistérios do universo com as viagens da Enterprise. Os dois primeiros filmes de Abrams foram muito bons e conseguiram modernizar bastante os conceitos da série e, Star Trek: Sem Fronteiras talvez tenha conseguido ir além.

Quando a troca de direção para o terceiro filme foi anunciada, muitos fãs ficaram receosos, no entanto a entrada de Justin Lin propiciou uma abordagem diferente dos filmes de J.J., mas que presta uma homenagem a série clássica e respeita o que foi feito até o momento.

Lin é bem conhecido por seu trabalho na franquia Velozes e Furiosos e o cineasta conseguiu trazer toda a ação frenética da série de carros para os confins do espaço. As cenas de ação são muito bem filmadas e constituem um dos pontos altos do filme.

Outro diferencial do filme é a trama um pouco mais simples se comparada a dos anteriores, marcadas por constantes reviravoltas, que também apresenta um caráter mais episódico e descompromissado, remetendo mais a série de TV dos anos 60. Essa premissa mais simples é um dos maiores méritos do roteiro de Simon Pegg, que também interpreta Montgomery Scott e é um fã declarado de Star Trek. As homenagens, principalmente no que diz respeito a Leonard Nimoy, são belíssimas e bem inseridas dentro da narrativa.

Em questões visuais, o longa conservou muito do que se viu nos dois primeiros filmes, mas a aposta em maquiagens e mais efeitos práticos foi uma decisão extremamente acertada. A cena da destruição da Enterprise é digna de tocar o coração do fã mais frio. Entretanto, algumas cenas são demasiadamente escuras e chega a ser difícil compreender o que acontece, talvez isso se dê pelo prazo apertado para a conclusão do filme.

As interpretações estão excelentes e a adição da personagem Jaylah interpretada por Sofia Boutella é mais do que bem-vinda. O vilão Krall vivido por Idris Elba é convincente, entretanto, sua motivação dentro do futuro utópico de Star Trek soa um tanto estranha, mas ao mesmo tempo parece plausível.

Enquanto alguns filmes apenas apostam na trilha sonora como mais um elemento narrativo, Star Trek: Sem Fronteiras usa a música como uma das resoluções do roteiro, o que a torna uma solução elegante e extremamente empolgante.

Star Trek: Sem Fronteiras é de longe o melhor blockbuster do ano até aqui, que consegue ser tanto um filme para os trekkers, como um longa que está apto a alcançar todos os públicos nas viagens da Enterprise.

  • Excelente
5

Resumo

Star Trek: Sem Fronteiras é de longe o melhor blockbuster do ano até aqui, que consegue ser tanto um filme para os trekkers, como um longa que está apto a alcançar todos os públicos nas viagens da Enterprise.

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