Crítica | Sombra Lunar

Reprodução/Netflix

Sombra Lunar, nova produção da Netflix, é mais um longa que lida com ficção científica e salto temporal, temas bastantes recorrentes em séries e filmes do serviço de uns tempos pra cá. Mas, sem dúvidas, que se trata da produção mais interessante e, que aos poucos vai conquistando o público por abordar diversos temas.

A trama começa parecendo se tratar de um suspense policial corriqueiro, com a temática serial killer. Mas, não é bem por aí. O filme demonstra que tem muito mais conteúdo do que aparenta.

O enredo se ambienta em quatro décadas, começando por 1988, onde dois policiais da Filadélfia, Lockhart (Boyd Holbrook) e Maddox (Bokeem Woodbine), seguem os rastros de um misterioso serial killer que ataca a cada nove anos. Os crimes desafiam qualquer explicação científica e a obsessão de Lock em descobrir a verdade ameaça destruir sua carreira, sua família e sua sanidade.

Intencionalmente, o roteiro faz de questão de deixar um nó em nossa cabeça, uma artimanha eficaz para deixar o telespectador intrigado sobre o que está acontecendo. Mas, as soluções são didáticas, fazendo o arroz com feijão básico de salto temporal.

A performance de Boyd Holbrook é convincente, ao mostrar um policial definhando década por década, após presenciar eventos inexplicáveis. Isso o torna uma figura paranoica, e que aos poucos o afasta de sua filha e parceiros de trabalho. O detetive Holt, personagem de Michael C. Hall, representa o ceticismo, sempre questionando as teorias malucas do parceiro e cunhado. Uma pena que do segundo para o terceiro ato, Holt acaba aparecendo pouco e não acrescenta muito na história. Vale ressaltar a atuação de Cleopatra Coleman, que se torna peça chave no ato final, audacioso e que deixa várias reflexões.

Sombra Lunar deixa clara sua intenção em sua sequência final. Todos estamos falhando como sociedade. E o tempo não pode ser desfeito. Em outras palavras, o estrago não pode ser desfeito, enquanto continuarmos nos auto destruindo. A chance de construir dias melhores está em nossas mãos, sem depender de decisões drásticas e impossíveis.

4

Ótimo

A trama começa parecendo se tratar de um suspense policial corriqueiro, com a temática serial killer. Mas, não é bem por aí. O filme demonstra que tem muito mais conteúdo do que aparenta.