Crítica | Rua Cloverfield 10 traz o suspense e o sci-fi em uma ótima produção

“Monstros se revelam de várias formas. ”

Não existe frase melhor para descrever o filme, do que aquela escrita em próprio cartaz. J.J. Abrams mais uma vez nos oferece um filme de suspense e mistério, que instiga o público a querer saber sua história até o final. Após o lançamento de teasers e trailers nada explicativos e esclarecedores, o que acontece durante os 106 minutos é algo surpreendente e intrigante. Diferente da maioria das produções de mesmo tipo, o trailer não entrega nada do que será visto, chegando a passar até uma ideia errada do que estar por vir. Créditos a Abrams e a Bad Robot por isso.

Em 2008 foi lançado Cloverfield – Monstro, que contou com uma bela campanha de divulgação e destacou-se por seus mistérios envolvendo os jovens protagonistas, os quais eram ampliados pelo fato do filme ser no estilo found footage (o personagem grava as cenas a partir de sua câmera). Diferentemente do atual filme, o primeiro decepcionou e não conseguiu executar seu objetivo da maneira certa, adquirindo uma imagem ruim. Felizmente, os dois filmes são independentes e sua principal semelhança está no nome.

Na trama, Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sofre um grave acidente de carro e acorda em um bunker, sem sinal com o mundo exterior. Seu suposto salvador, Howard (John Goodman) alega ter salvo sua vida, pois o mundo lá fora está contaminado devido a um ataque químico. Ela acaba fazendo amizade com outro morador do bunker, Emmet (John Gallager Jr.), que se escondeu la dentro por livre escolha, sabendo da preparação de seu vizinho. Enquanto ele e Michelle buscam uma maneira de descobrir o que está lá fora, Howard faz de tudo para que as portas não sejam abertas.

A relação conturbada que surge entre os três personagens é a chave do suspense. Histórias sobre o passado são descobertas e os monstros vão se revelando no decorrer. Classificar tal produção como terror chega a ser equivocado, mas somos expostos a “momentos de susto” que só acrescentam qualidade a todo o resto. O tempo todo a trama sofre reviravoltas e muda a opinião formada até então, o que só nos estimula a querer descobrir o que irá acontecer.

O filme expõe momentos de qualidades que podem ser creditados a quem está por trás e na frente das câmeras. Diferente do primeiro Cloverfield, onde o elenco era composto por desconhecidos, agora tem-se uma trama girando entorno de atores ótimos e com um cardápio de filmes em seu passado. O maior exemplo disso é a atuação memorável de Goodman, em um papel sombrio e enigmático, variando de personalidade a cada cena. Winstead também surpreende no papel da heroína da história, sabendo moldar sua personagem a cada mudança ocorrida.

O diretor Dan Trachtenberg estreia com o pé direito, transmitindo de forma excelente o roteiro escrito por Josh Campbell, Matthew Stuecken e Damien Chazelle (sim, aquele da produção brilhante de Whiplash). Rua Cloverfield 10 é um filme marcante, que irá ser relembrado e muito elogiado, diferente de seu antecessor.

  • Ótimo
4

Resumo

O filme expõe momentos de qualidades que podem ser creditados a quem está por trás e na frente das câmeras. Diferente do primeiro Cloverfield, onde o elenco era composto por desconhecidos, agora tem-se uma trama girando entorno de atores ótimos e com um cardápio de filmes em seu passado. J.J. Abrams mais uma vez nos oferece um filme de suspense e mistério, que instiga o público a querer saber sua história até o final.

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