Crítica | Rambo: Até o Fim

Reprodução/Metropolitan FilmExport

Com Rocky – Um Lutador, Sylvester Stallone ganhou os holofotes em Hollywood, mas foi com Rambo – Programado para Matar que o ator, diretor, produtor e roteirista se tornou um astro do gênero ação/brucutu na década de 80. Quase quarenta anos depois do lançamento do primeiro longa, Stallone retorna ao quinto capítulo (provavelmente o derradeiro) de Rambo intitulado Até o Fim (Last Blood).

Assim como aconteceu no quarto filme, o ex-boina continua sendo letal e perigoso, mas envelheceu e sofre com uma vida moldada em violência e perdas. O personagem sempre me agradou não pela ação desenfreada em seus filmes, mas pela sua história e, pela performance de Stallone, que em todos filmes trabalhou com eficiência a personalidade fragilizada do herói de guerra. Por fora, John Rambo é uma máquina de matar. Mas, por dentro, ele é como um cristal prestes a se quebrar. Não é a toa que um dos seus primeiros diálogos no longa, é falar para sua protegida Gabrielle, que todos os dias ele se segura para não se tornar uma pessoa fora de controle como muitas das que estão lá fora.

Na trama, Rambo tenta seguir uma vida normal em um rancho, morando com Maria (Adriana Barraza) e a jovem Gabrielle (Yvette Monreal). Cuidar de cavalos e proteger Gabrielle, que o enxerga como pai, é o mais próximo de uma família que lá atrás ele sonhou um dia em ter. Mas a violência sempre persegue John. Quando Gabrielle descobre o paradeiro do pai biológico, que a abandonou ainda criança, ela decide viajar para o México e encontra-lo, mesmo sem o aval de Rambo e Maria, que sabem do perigo que ela pode estar correndo. A garota acaba sendo capturada por um cartel mexicano que trafica mulheres. Então, mais uma vez, Rambo precisa se tornar uma arma letal e salvar sua protegida.

Dirigido por Adrian Grunberg e com roteiro de Stallone, o filme é pouco papo e muita sanguinolência. Em poucos minutos, Rambo descobre o paradeiro e os responsáveis pelo sumiço de Gabrielle. Mas diferente dos outros filmes em que o personagem não tinha nada a perder, aqui ele age pelo medo de perder alguém que ama e, se deixa cegar por um momento pela emoção, que quase causa sua morte. Com a ajuda da jornalista Carmen Delgado (Paz Vega), ele começa a executar seu plano de vingança, ao melhor estilo Rambo de ser.

As sequências de ação são bastantes cruas, com a câmera sempre dando ênfase na raiva de Rambo em eliminar seus alvos. O espectador é capaz de sentir a pressão da faca no corpo do adversário e, o esforço desenfreado de Rambo em decapitar os inimigos. Ao lado de Rambo IV, são os filmes mais violentos da franquia. Não é por menos, o personagem está envelhecido, está mais lento e com mais raiva. Tudo que ele almeja é paz, mas parece que tudo conspira para que a tranquilidade seja algo impossível de alcançar.

No mais, Rambo: Até o Fim é um bom filme de ação. Se você é fã de Stallone e da franquia, vai curtir o ator encarnar mais uma vez um dos grandes personagens de sua carreira. Sim, Rambo envelheceu. Mas envelheceu com dignidade e ainda continua letal. O final do filme é uma mistura de nostalgia e melancolia. Rambo termina mais uma aventura assim como começou. Confinado em sua própria guerra interior e isolado da sociedade, que mais o machucou do que o ajudou a superar seus demônios internos.

3

Bom

Rambo: Até o Fim é um bom filme de ação. Se você é fã de Stallone e da franquia, vai curtir o ator encarnar mais uma vez um dos grandes personagens de sua carreira. Sim, Rambo envelheceu. Mas envelheceu com dignidade e ainda continua letal.