Crítica | Promessas de Guerra

Promessas de Guerra marca a estreia de Russell Crowe na direção. O drama retrata o fim da Primeira Guerra Mundial durante a batalha de Galípoli, quando australianos, britânicos e franceses invadiram a Turquia, o que resultou em imensuráveis mortes. Nascido na Austrália, Crowe decide mostrar o ponto de vista de uma família australiana com a perda dos três filhos durante a batalha.

Interessante notar que Crowe não defende nenhum lado. Desde o início, a guerra é definida como uma imbecilidade humana em não aceitar as diferenças, algo refletido até hoje quando não conseguimos aceitar uma pessoa ter uma cor, religião ou sexualidade diferente.

Além de dirigir, Crowe assume o papel do fazendeiro Joshua, um homem simples e que motivado pela perda inesperada da esposa decide encontrar os três filhos declarados mortos na guerra.

A composição de Joshua garante a identificação desde o início com o público. Um homem simples e que jamais desiste da jornada de encontrar os filhos rapidamente sensibiliza todos em sua volta. Crowe desempenha com competência o personagem, jamais querendo transforma-lo em um super pai ou mártir. Ele somente quer cumprir a promessa de levar seus filhos de volta pra casa.

Visualmente o longa consegue explorar as belezas naturais da Austrália e da Turquia. Porém, a produção usa demais as cores saturadas, mas nada que prejudique a fita.

Mas Promessas de Guerra comete alguns deslizes quando busca homenagear as qualidades dos turcos. O longa enfoca apenas nas danças sensuais ou em tradições como a borra de café para apresentar o país, algo muito pequeno para uma cultura tão rica. A produção ainda insiste em um romance artificial de Joshua com a bela Ayshe (Olga Kurylenko), clichê por demais.

Em sua primeira experiência como diretor, Russell Crowe apresenta qualidade e grandes ambições. Por fim, Promessas de Guerra é um drama interessante e que vale a pena ser visto.