Crítica | Pica-Pau: O Filme, o personagem não deveria ter saído da TV

Pica-Pau: O Filme é uma mistura de live-action com animação, a comédia dirigida por Alex Zamm mostra a guerra entre o Pica-Pau e Lance Walters (Timothy Omundson).

Lance quer construir uma casa com sua noiva Vanessa (Thaila Ayala) na floresta onde o Pica-Pau vive, mas ele está determinado a defender seu território e faz de tudo para atrapalhar, mas o mesmo tempo cria uma amizade com o filho de Lance, Tommy (Graham Verchere).

O elenco ainda conta com Jordana Largy (Come and Find Me), Adrian Glynn McMorran (O Regresso), Scott McNeil (Killing Gunther), Chelsea Miller (Date My Dad), Jakob Davies (Se Eu Ficar) e Sean Tyson (Planeta dos Macacos: A Origem).

Pica-Pau surgiu nos anos 40 e logo se tornou um sucesso mundial, chegando a receber três indicações ao Oscar. O desenho foi o primeiro a ser exibido na televisão brasileira em 1950, desde então ele já passou por vários canais da TV aberta e sempre foi uma presença constante e com boa audiência.

O pássaro de crista vermelha criado por Walter Lantz e Ben Hardaway tem como marca registrada a gargalhada debochada e o jeito amalucado. Parte dessa personalidade do Pica-Pau foi mantida no filme: ele só pensa em comida, dá sua icônica risada várias vezes e é violento com quem fica em seu caminho, mas finge ser bonzinho.

Tirando o astro do filme, que por conhecermos da TV já temos certas expectativas em relação a ele, todos os outros personagens são extremamente clichês. Filho de pais separados, Tommy não se dá bem com o pai, que faz de tudo para se redimir com o filho. Lance é um advogado sem escrúpulos que só pensa em dinheiro, até perceber que precisa melhorar o relacionamento com o filho. Vanessa é a nova namorada de Lance, ela é mais jovem do que ele e faz o papel da madrasta má, que não aceita o filho do parceiro e só se importa com sua aparência. Nate e Ottis Grimes (interpretados por Adrian Glynn McMorran e Scott McNeil) são os típicos vilões sem inteligência, que fazem muitas trapalhadas e sempre caem nas armadilhas do Pica-Pau.

O diretor Alex Zamm tem uma série de sequencias malsucedidas em seu currículo, entre elas Inspetor Bugiganga 2, O Fada do Dente 2, Um Herói de Brinquedo 2 e Os Batutinhas: Uma Nova Aventura, apenas para citar algumas. E apesar de não ser uma sequência, Pica-Pau: O Filme vai pelo mesmo caminho de seus outros filmes, tanto que nos Estados Unidos o filme não será lançado nos cinemas e vai direto para o home video.

Pica-Pau: O Filme poderia ter se aproveitado mais da fonte original, mas além de personagens ruins e péssimas atuações, ele tem um roteiro totalmente previsível e em muitos momentos parece que estão testando se o espectador é tão estúpido quanto os dois vilões. Talvez os mais novinhos se divirtam com as cenas de pancadas, violência gratuita e com as piadas escatológicas, porém as crianças merecem e devem ser tratadas como um publico alvo inteligente, coisa que a Disney e a Pixar já perceberam faz tempo, mas nesse filme passou longe. Definitivamente teria sido melhor se o Pica-Pau não tivesse saído da TV.

Pica-Pau: O Filme estreia amanhã, 5 de outubro.

  • Ruim
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Resumo

Pica-Pau: O Filme poderia ter se aproveitado mais da fonte original, mas além de personagens ruins e péssimas atuações, ele tem um roteiro totalmente previsível. O Pica-Pau não deveria ter saído da TV.