O Mistério do Relógio na Parede O Mistério do Relógio na Parede

Crítica | O Mistério do Relógio na Parede surpreende e diverte o público

Todo fã de cinema já passou pela fase dos filmes de ficção infantil. Certamente foi através deles que muitos de vocês pegaram gosto por adaptações cinematográficas. Muitas delas permeiam até os dias de hoje, carregando consigo uma legião de fãs apaixonados por suas histórias. John Bellairs é um famoso autor juvenil norte-americano, e embora seja pouco conhecido no Brasil, é adorado por muitos ao redor do mundo. Mesmo que o tenha falecido em 1991, Bellairs certamente se sentiria feliz de enfim ver sua obra mais famosa em uma tela de cinema. Chegando aos cinemas de todo o país ainda essa semana, O Mistério do Relógio na Parede inicia a trilogia do jovem Lewis Barnavelt. No Brasil, o livro foi publicado pela Galera Record. Só nos resta esperar, portanto, que a produção seja aceita pelo público e ganhe uma continuação.

O Filme

Em O Mistério do Relógio na Parede, a história se baseia na vida de Lewis Barnavelt. O jovem se tornou órfão após perder os pais em um acidente de carro, mas esta foi a menor reviravolta de sua vida. Em questão de dias, o menino é obrigado a deixar o conforto de sua casa para ir morar com o tio Jonathan, em Michigan. Além de excêntrico e divertido, o tio mora em um casarão digno de filmes de terror. A fama do edifício na nova escola do menino, inclusive, é de que o lugar é mal assombrado. Enquanto dorme, Lewis começa a ouvir barulhos estranhos pelos corredores e logo desconfia que o tio esconda algo. Mas nada o preparou para descobrir a resposta para essa pergunta.

Frequente presente na casa, a vizinha conhecida por Sra. Zimmerman carrega um aura um tanto quanto curiosa. Sempre de segredos com o tio Jonathan, logo se revela uma espécie de mãe para Lewis. Em meio a vitrais que mudam de desenho, móveis de estimação e topiárias vivas, o garoto descobre ser sobrinho de um feiticeiro. Diferente do que ele imaginava, porém, esse mundo está longe de ser algo apenas com feitiços e objetos voadores. Há um relógio escondido dentro das paredes da casa pelo antigo dono da mansão. Seu barulho é ensurdecedor e quase impossível de ser silenciado. Jonathan o vem procurando há anos, mas a chegada do sobrinho pode por fim a seu sofrimento.

O Mistério do Relógio Na Parede
Reprodução

 

O Elenco

Ao ver o jovem estreante Owen Vaccaro em cena, é impossível não reparar no potencial do menino. Carismático e expressivo, tem tudo para seguir os passos de outros, que assim como ele, começaram cedo no cinema. A falta de experiência talvez o tenham prejudicado um pouco, visto que Vaccaro se tornou repetitivo em algumas cenas. Ao final de quase duas horas de filme, as cenas protagonizadas pelo menino quase se arrastavam, mas nada que pudesse prejudicar a trama como um todo.

Jack Black está de volta no maior estilo Jack Black de ser. Em uma tentativa falha de parecer um personagem mais sério, ele apenas nos mostra que ainda tem sua essência característica. Com seus trejeitos clássicos – olhos arregalados, expressões irônicas -, ele se encaixa perfeitamente no papel de Jonathan. Black soube dosar de comédia necessária para aliviar o público do clima tenso. Ao passo que a história se desenvolvia, ansiava por mais cenas com ele e com Cate Blanchett.

Ainda não foram capazes de inventar uma produção em que Blanchett se saísse mal. Até mesmo ao contracenar com uma figura tão diferente de seus parceiros de cena anteriores, como Jack Black, a atriz conseguiu ter o brilho apagado. Ela atua como um ponto de referência e conforto em meio ao caos de O Mistério do Relógio na Parede. A química entre os dois protagonistas é invejável, e já nos dá vontade de vê-los em ação novamente.

Cate Blanchett
Reprodução

O Mistério do Relógio Na Parede

Após quase duas horas de filme, não sei ao certo como devo classificá-lo. O Mistério do Relógio Na Parede foi obviamente pensado no público infantil, contudo, algumas cenas colocam em dúvida tal ideia. Elementos de verdadeiro horror são destacados em vários momentos, os quais certamente farão crianças gritarem de medo. E a presença de brinquedos macabros e bizarros apenas corrobora para tal afirmação. O que podemos concluir, portanto, é que não há um público alvo, mas sim uma gama de telespectadores dispostos a aproveitar o trabalho de Eli Roth.

Os fãs de histórias de ficção irão reconhecer diversos elementos. Muitos inclusive, poderiam não existir na adaptação cinematográfica, uma vez que dão a ideia de que o filme quis imitar outras produções famosas .É provável que você reconheça no filme, elementos de Harry Potter e outras sagas de ficção. Referências devem ser sutis e delicadas para terem o efeito certo no público. Tal exagero pode ter atrapalhado o desejo central do filme. O Mistério do Relógio Na Parede é uma produção que fala principalmente de magia, e ela é deixado de lado em várias situações. A preocupação com os sustos e as cenas macabras podem ter feito o filme agradável para uma faixa etária maior, mas o fez perder parte de sua essência.

Em suma, O Mistério do Relógio Na Parede é agradável e um bom filme. Talvez não ganhe público o suficiente para uma possível continuação, mas somos obrigados a admitir que tem potencial para tal.

O Mistério do Relógio na Parede
Reprodução
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Bom

O Mistério do Relógio Na Parede foi obviamente pensado no público infantil, contudo, algumas cenas colocam em dúvida tal ideia. Elementos de verdadeiro horror são destacados em vários momentos, os quais certamente farão crianças gritarem de medo. E a presença de brinquedos macabros e bizarros apenas corrobora para tal afirmação. O que podemos concluir, portanto, é que não há um público alvo, mas sim uma gama de telespectadores dispostos a aproveitar o trabalho de Eli Roth.