Crítica – O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Há 10 anos atrás, Peter Jackson encerrava a trilogia O Senhor dos Anéis com o capítulo O Retorno do Rei. Com a fantástica obra de J.R.R. Tolkien, o cineasta foi capaz de criar um universo fantástico e até amplia-lo, demonstrando ser um profundo conhecedor da Terra-Média.

As longas horas juntando todos os filmes pareciam cansativas para alguns, mas foram incansáveis e inesquecíveis para os fãs que desejavam uma nova aventura da saga, que veio acontecer em 2012 com a adaptação de O Hobbit.

O grande deslize de Jackson, que apenas produziria a adaptação, foi em querer transformar a aventura de Bilbo em um novo O Senhor dos Anéis, buscando dar o mesmo tom épico. Mas, O Hobbit é uma história de mais aventura, algo que conseguiu apenas em Uma Jornada Inesperada. Porém, a decisão de transformar o livro de poucas páginas em algo grandioso prejudicou esta nova franquia, que ficou bem clara neste capítulo final, A Batalha dos Cinco Exércitos, um filme apenas ok e melhor que A Desolação de Smaug, que não chega a ser nenhum mérito.

No máximo, O Hobbit daria dois ótimos filmes, mas três foram exagero, já que não havia o que mais adaptar. Resultado: As nove horas de projeção desta nova trilogia foram irregulares e podem ser consideradas um fracasso. Não de bilheteria, porque a obra atrairia milhões, mas um fracasso ao se comparar com tudo que foi conquistado há 10 anos e nem de longe foi alcançado aqui. O roteiro da trilogia O Senhor dos Anéis possuía um extremo cuidado com o clímax, as sequências de ação, a introdução dos personagens. Já a trilogia O Hobbit estabeleceu cenas extensas apenas para preencher e sugerir três filmes, personagens com pouco espaço e alguns desnecessários, que acabaram ofuscando os principais personagens da história.

Com roteiro de Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro, A Batalha dos Cinco Exércitos inicia com o que deveria ter sido o final da saga, ou pelo menos, o final de A Desolação de Smaug, apresentando o ataque do dragão enfurecido a Esgaroth, e com a chegada dos anões liderados por Thorin (Richard Armitage) na Montanha Solitária. Procurando a pedra de Arken, que está sob a proteção de Bilbo (Martin Freeman), Thorin logo se deixa levar pela ganância por ouro e tudo que havia acordado com Bard (Luke Evans) vai por água abaixo. Enquanto isso, o rei elfo Thranduil (Lee Pace) decide recuperar o ouro que considera seu na Montanha e o temido orc Azog (Manu Bennett) também se aproxima no local ocasionando na batalha que dá nome ao filme.

No livro de Tolkien, a batalha é citada em uma, duas páginas, não tendo a importância que Peter Jackson buscou neste longa, que pode ser classificado como um clímax de quase 3 horas. Outro ponto negativo por essa extensão desnecessária na história foram os personagens que não possuem a mesma força. Enquanto isso, somos obrigados a acompanhar planos sem sentido, diálogos que nada acrescentam e um triângulo amoroso sem nenhum atrativo.

Em A Batalha dos Cinco Exércitos, todos os personagens são mero coadjuvantes. O que fez valer realmente foram as sequências de ação bem coordenadas com o conhecido capricho no design de produção e efeitos visuais, que podem beliscar alguma indicação ao Oscar nas categorias técnicas. Contudo, não funciona estabelecer cenas de ação sem um símbolo a frente, como aconteceu com Frodo, Aragorn, Legolas, Gandalf e cia. Aqui é simplesmente um bando lutando com apenas alguns momentos em que há um personagem principal no combate.

Depois de proporcionar para o público uma incrível jornada para destruir O Anel, Peter Jackson frustra em adaptar a história mais tranquila de Tolkien. O que poderia ser uma grande aventura de Bilbo e os anões, se tornou em um verdadeiro tormento de 9 horas. Valeu apenas a nostalgia em ver conhecidos personagens de volta e alguns momentos épicos, principalmente no primeiro capítulo.

  • Bom
3

Resumo

Depois de proporcionar para o público uma incrível jornada para destruir O Anel, Peter Jackson frustra em adaptar a história mais tranquila de Tolkien. O que poderia ser uma grande aventura de Bilbo e os anões, se tornou em um verdadeiro tormento de 9 horas. Valeu apenas a nostalgia em ver conhecidos personagens de volta e alguns momentos épicos, principalmente no primeiro capítulo.