Crítica | O Conto da Princesa Kaguya

Indicado ao Oscar 2015 de Melhor Animação, O Conto da Princesa Kaguya perdeu para Operação Big Hero talvez por não seguir as produções do gênero atuais com um ritmo acelerado, efeitos 3D e história com muitas referências ocidentais.

Eis que o veterano Isao Takahata nos presenteia com uma incrível animação à moda antiga e feita manualmente. As imagens belas possuem um traço poético que, se conectam com a história inspirada no conto O Cortador de Bambu. Na trama, um camponês encontra um pequeno bebê nascido de um babu e decide cria-la com a esposa. Batizada de Kaguya, a criança é tratada como um presente de Deus, mas o casal logo percebe que a jovem tem um destino bem maior do que viver em campos de bambu.

Diferente de outras princesas que buscam um príncipe encantado para serem felizes eternamente, Kaguya vai de encontro com todas as tradições e busca apenas o livre arbítrio. Ao ser educada para se tornar uma verdadeira princesa, a jovem logo se rebela diante da rigidez e regras impostas. Sem decisão de escolha e sendo tratada como uma simples marionete e com um casamento arranjado pela frente, a animação dá uma verdadeira lição da força e independência da mulher, algo que para a época onde a animação é situada, significava um verdadeiro desrespeito.

Talvez o público infantil não entenda o conceito político e poético da obra, mas impossível não se encantar com os traços da animação absurdamente belos de Kaguya, algo que só o estúdio Ghibli pode proporcionar.

  • Excelente
5

Resumo

Talvez o público infantil não entenda o conceito político e poético da obra, mas impossível não se encantar com os traços da animação absurdamente belos de Kaguya, algo que só o estúdio Ghibli pode proporcionar.