Crítica | O Chamado 3 volta com tudo, mas peca com o excesso de jump scares

Que a franquia “O Chamado” tornou-se um clássico de terror, isso não temos dúvidas. São poucas as pessoas que não sabem da existência de Samara Morgan, com sua característica vestimenta branca e os cabelos negros que escondem o rosto mortificado.

Após 12 anos presa, Samara escalou o poço e retornou as grandes telas do cinema em uma nova tentativa de resgatar franquias pelos produtores de Hollywood. Neste caso, a direção passou das mãos do habilidoso Hideo Nakata para as de Javier Gutiérrez, com um roteiro escrito a três mãos por: David Loucka, Jacob Estes e Akiva Goldsman.

O longa inicia com uma sensacional e bem produzida cena de pânico dentro de um avião, que vai te deixar aflito com a invasão de Samara, que coloca não só a vida de quem assistiu ao vídeo amaldiçoado em risco mas a de todos que estão a bordo. “Vocês já viram aquela fita? Aquela que te mata em sete dias depois que você a assiste?”, perguntou Carter (Zach Roerig), sentado na poltrona do avião, demonstrando temor. Dessa fala em diante, sabemos que o diretor manteve a entrada clássica, honrando os dois primeiros filmes e, nesse aspecto, superando-os ao elaborar um clima de horror em um meio transporte cheio de passageiros. O Chamado 3 começa com o pé direito, mas peca ao introduzir diversos jump scares, deixando de lado o precioso terror psicológico do primeiro filme.

A trama principal da obra gira em torno da personagem Julia (Matilda Lutz), que começou a preocupar-se com a ausência de seu namorado Holt (Alex Roe), após ver o aterrorizante vídeo e receber uma ligação dizendo que lhe faltam sete dias de vida. A garota faz a escolha de se sacrificar para salvar seu par amoroso e faz descobertas sobre a estranha e dolorosa vida de Samara, com a ajuda de Gabriel (Johnny Galecki), professor universitário de Holt.

A ideia de trazer um clássico para os dias atuais é ótima, principalmente pela curiosidade de descobrir como o diretor e os roteiristas lidaram com a inclusão digital. O principal problema dessa expectativa é que o filme acaba por explorá-la de forma rasa, trazendo cenas desnecessárias de um fã clube geek, onde diversos cronômetros marcam o tempo de morte de cada um. O vídeo renderizado do tape é copiado e colado na área de trabalho do computador, e só (ao invés da clássica cópia do VHS). Apesar de trazer novas ideias, a maioria delas é rasa e mal explorada.

As novas descobertas sobre a destemida Samara são o ponto forte do filme que, graças ao cientista Gabriel (personagem de Johnny Galecki), são trazidas a tona. Não podemos deixar de notar também a ótima atuação de Galecki, com um personagem totalmente diferente do que estamos acostumados em The Big Bang Theory.

A cena inicial nos deixa intrigado para saber a que ponto a trama será ligada aos eventos do avião e infelizmente isso não acontece. No entanto, tudo fica claro com a reviravolta dos minutos finais que, faz o filme ser finalizado com chave de ouro e deixando um gostinho de quero mais.

Sem dúvidas O Chamado 3 conseguiu trazer aos dias atuais o universo da Samara e novas descobertas dos diversos mistérios que a envolvem. O longa deixa a desejar ao deixar o terror psicológico de lado graças aos diversos jump scares, mas consegue entregar um final de forma honrosa, nos deixando ansiosos por uma continuação.

3

Bom

Sem dúvidas O Chamado 3 conseguiu trazer aos dias atuais o universo da Samara e novas descobertas dos diversos mistérios que a envolvem. O longa deixa a desejar ao deixar o terror psicológico de lado graças aos diversos jump scares, mas consegue entregar um final de forma honrosa, nos deixando ansiosos por uma continuação.