O que esperar de Lauren Cohan em um longa de terror? A atriz, protagonista de The Walking Dead e convidada em várias grandes séries, como Supernatural e The Vampire Diaries, nunca havia protagonizado um longa antes. Do que se conhece por sua atuação no drama zumbi, vê-se que ela possui um desempenho admirável no gênero e pode se encaixar com perfeição em qualquer ramo do mesmo.
“O Boneco do Mal” conta a história de Greta Evans, uma americana que se muda para o interior da Inglaterra afim de ser babá de um garoto, filho de pais bastante ricos. Ao conhecer seus empregadores, Greta se depara com um grande desafio: o garoto do qual ela deve cuidar nada mais é do que um boneco de porcelana, a quem os Heelshire tratam como um garoto de verdade chamado Brahms. Além deste estranho fato, Greta ainda foi contratada para cuidar do “garoto” na ausência dos pais, que fariam uma longa viagem. Antes de partir, a senhora Heelshire deixa a Greta uma longa lista de regras em relação aos cuidados de Brahms, que incluem nunca o deixar sozinho, não trazer convidados e dar um beijo de boa noite. Isolada na casa de campo, sem acesso ao celular e à internet, sua única companhia é o “garoto de entregas”, um homem chamado Malcolm (Rupert Evans, The Man in The High Castle) que entrega compras semanalmente à família. Greta ignora por um tempo todas as regras impostas pela mãe de Brahms, pensando que, logicamente, um boneco não necessita dos mesmos cuidados que um garoto. No entanto, a rebeldia da babá causa ira em Brahms, que Greta logo sentirá na pele.
O diretor William Brent Bell, responsável pelo apavorante StayAlive (2006), que mexeu com a mente de todos os viciados em vídeo game na época, e Filha do Mal (2012) consegue nos transportar mais uma vez para dentro da situação da personagem, que de início se sente completamente entediada. A ambientação do filme, o pacato interior da Inglaterra, nos transmite um sentimento bucólico e de solidão, contando com o infalível e típico clima inglês: chuva constante. Nesta atmosfera de isolamento é que nos damos conta de que, mesmo que nada de sobrenatural aconteça, a única maneira de Greta obter ajuda é usando a linha telefônica da casa, que pode ou não ser confiável. Esta ideia, juntamente com certos acontecimentos desconcertantes, causa desconforto e apreensão. No geral, o cenário é perfeito para a premissa.
Inicialmente não se sabe muito a respeito da babá, mas gradualmente descobrimos certos pontos de seu passado que a impedem de se desvencilhar de seu emprego atual. A constante presença de Malcolm causa em Greta um sentimento de segurança, que aos poucos se transforma em receio. A babá acredita que o boneco está realmente vivo e Malcolm começa a questionar sua sanidade e a pedir que ela largue o emprego e volte para casa. A atuação de ambos é realmente contagiante e Lauren Cohan nos surpreende ao dar à personagem uma repentina mudança de atitude que causa confusão em seu coadjuvante.
O filme permite ao público conectar pontos durante o decorrer da história e cada descoberta abre portas a novas possibilidades. Diferentemente de filmes como Annabelle, o boneco não nos causa completa repulsa ou receio, mas cria-se um sentimento de compaixão muito cedo durante o filme. O que faz com que seu final cause uma surpresa maior ainda. O plot twist é bastante inteligente e nada fácil de se deduzir, com um requinte cruel e medonho. Todo o roteiro é bastante maduro e não entrega nada de bandeja ao público, que conecta pontos por conta própria para chegar ao desfecho.
Finalmente, é um filme intrigante, que não deixa a desejar aos fãs do gênero e que permite que os espectadores realmente se envolvam na história. Garante alguns pulos na cadeira e longas conversas com os amigos após a sessão de cinema! Imperdível!
O Boneco do Mal estreia 18 de fevereiro nos cinemas!
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Resumo
Finalmente, é um filme intrigante, que não deixa a desejar aos fãs do gênero e que permite que os espectadores realmente se envolvam na história. Garante alguns pulos na cadeira e longas conversas com os amigos após a sessão de cinema! Imperdível!