Crítica | MIB: Homens de Preto – Internacional

Reprodução/Sony Pictures

MIB: Homens de Preto chegou aos cinemas em 1997 e foi um tremendo sucesso. Mas ficou por aí. Após duas sequências, mesmo trazendo de volta os protagonistas Will Smith e Tommy Lee Jones, não foi a mesma coisa. MIB: Homens de Preto – Internacional chega 22 anos depois do primeiro longa com a tentativa de renovar a franquia e expandir o universo. Dirigido por F. Gary Gray, o longa apresenta potencial, mas faltou saber explora-lo. O primeiro e segundo ato são bem conduzidos, mas o terceiro ato quase leva o filme ao fracasso.

Na trama, Molly (Tessa Thompson) sabe que existem alienígenas desde que ela testemunhou quando garotinha seus pais sendo neuralizados por homens de ternos escuros, se tornando uma obsessão que a leva diretamente aos Homens de Preto. Como a primeira civil a encontrar a agência sozinha, Molly é recrutada para a MIB pela Agente O – novamente interpretada por Emma Thompson. Apelidada de agente M, a jovem é enviada para a divisão de Londres supervisionada pelo Grande T (Liam Neeson). Ao cruzar com o carismático agente H (Hemsworth), conhecido por salvar o mundo da temida colmeia, ela é recrutada para uma missão que não termina bem e, acidentalmente, adquirem a arma mais poderosa da galáxia, um item que muitas pessoas estão dispostas a possuir – até mesmo um possível traidor dentro da própria MIB.

Como Agente H, Hemsworth traz o mesmo carisma de Thor e o filme aproveita o sucesso do herói reservando um easter egg bem descarado. H vive do passado devido a missão bem sucedida na Colmeia. Contudo, isso o tornou arrogante e negligente. Mesmo sendo um agente deveras irresponsável, ele conta com a super proteção do Grande T. Já Thompson exerce o papel inverso. Devido a obsessão com os Homens de Preto, ela sabe mais da agência do que o próprio H. Ao contrário das outras mulheres que caem nos encantos baratos de H, M não vê nada demais em um homem com sorrisos e piscadelas baratas. A diferença de personalidade entre os dois agentes rendem uma parceria eficiente que funciona devido a sintonia e energia que os atores trazem desde Thor: Ragnarok.

MIB: Homens de Preto – Internacional sofre com um terceiro ato confuso e um vilão sem personalidade. Não há uma reviravolta. É fácil notar quem é o traidor da MIB. Talvez tenha sido a intenção do filme. Talvez não. Mas, faltou um vilão à altura da franquia como Vincent D’Onofrio no longa original de 1997. A dupla Larry e Laurent Bourgeois, os Les Twins, são mais conhecidos por serem os bailarinos de Beyoncé. Inclusive, há uma cena para eles dançarem – e executam bem. Mas eles tem zero diálogos e suas feições são nada intimidadoras. Além disso, o filme reserva alguns diálogos pouco convincentes sobre a tal raça alienígena que invade a Terra. Mas nada que incomode tanto, já que ultimamente os blockbusters tem dado pouco espaço para os antagonistas. O que é uma pena.

O que o longa cumpre e, com uma certa eficiência, é expandir o universo de Homens de Preto. A trama passa por Nova York, Reino Unido, Marrakesh, Itália e França. Nessa parte, o filme é semelhante a John Wick, prometendo que há mais camadas para cavar. O filme ainda deixa evidente que há uma certa rivalidade entre as instituições. Como Agente O criticando a sede na França em um diálogo no ato final. O longa reserva poucos espaços para os alienígenas, já que a trama está focada na organização fragilizada. Entretanto, o filme, apresenta Pawny, dublado por Kumail Nanjiani, um excelente sidekick que nos presenteia com os melhores comentários. Afiado e sarcástico, Pawny repete o humor de filmes recentes fazendo piadas utilizando referências à cultura pop.

MIB: Homens de Preto – Internacional foi um bom início na tentativa de reiniciar a franquia. A parceria Hemsworth e Thompson proporciona entretenimento e diversão. Faltou se aprofundar mais na história e explorar seus personagens. Por exemplo, a ótima Rebecca Ferguson está no longa, mas seus diálogos são rasos e seu destino ficou confuso no filme. É um longa que parece que vai dar errado, mas consegue se manter nos eixos graças ao talento e encanto de seus protagonistas.

3

Bom

MIB: Homens de Preto – Internacional foi um bom início na tentativa de reiniciar a franquia. A parceria Hemsworth e Thompson proporciona entretenimento e diversão. Faltou se aprofundar mais na história e explorar seus personagens. É um longa que parece que vai dar errado, mas consegue se manter nos eixos graças ao talento e encanto de seus protagonistas.