Crítica | Mesmo com os clichês, Uma Razão Para Recomeçar consegue agradar

Em pleno século XXI, criar uma história de romance que seja original e não repetitiva é complicado. Desde relacionamentos proibidos a paixões interrompidas por alguma tragédia, todo ano nos pegamos indo ao cinema para contemplar mais um exemplo de um desses casos. O que faz com que uma narrativa se sobressaia em relação as outras é a maneira como os clichês são abordados e explorados pelo diretor, afinal ninguém quer ver mais do mesmo outra vez. Uma Razão Para Recomeçar entrega logo no título o que podemos esperar no decorrer da trama. É certo que algo trágico irá acontecer e fará com que um dos protagonistas tenha essa necessidade de começar novamente. Sem decepcionar as expectativas, o filme é um prato cheio para os fãs de romance, cujo estoque de lágrimas será levemente esvaziado ao final da sessão.

Drew Waters estreia na direção e pode-se dizer que o fez com o pé direito, pois apesar de tudo ser um pouco previsível, ainda sofremos e torcemos para que tudo dê certo no final – o que obviamente acontece da maneira mais dolorosa possível.

“Ben conheceu Ava aos sete anos quando ela estava de pé na entrada de sua garagem. À medida que o tempo passa, os dois viajam juntos através das estações da vida, até que ocorre uma tragédia que deixa todo o seu futuro em perigo.”

Qual menina nunca sonhou em se casar com o melhor amigo de infância? Aquele que a conhece melhor do que ninguém, desde as brincadeiras até aquilo que a deixa irritada, sabendo exatamente o que fazer nos piores momentos. Esse era o relacionamento de Benjamin (Jonathan Patrick Moore) e Ava (Erin Bethea), vizinhos quando crianças e jovens cada vez mais apaixonados enquanto cresciam. Diferente da maioria das histórias, onde a tragédia acontece logo no início e no decorrer da trama vemos o personagem lidar com o luto e a superação, Waters optou por desenvolver o casal diante dos olhos do espectador, fazendo com que criássemos “laços” com os dois e transformando a ocasional perda em algo infinitamente pior. Mesmo sabendo que não se passa de ficção, após mais de uma hora de cenas românticas e com um final feliz, não estamos prontos para lidar com a tristeza que surge no final.

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Uma Razão Para Começar trata principalmente de superação, e até que ponto conseguimos aguentar após uma grande perda. Um dos personagens vê seu mundo desabar quando um câncer é detectado e rapidamente se espalha pela casa. Até este momento estava em dúvida em relação a quem ficaria doente, mas quando o mistério é desvendado, não é difícil adivinhar o que veremos pela frente. Toda a atmosfera do longa sofre uma transformação, passando de um lindo romance para um drama intenso e arrasador. Nos identificamos muito com o casal, uma vez que levam uma vida simples e dentro da realidade de muitos. Quando a doença toma conta, sofremos antecipadamente ao já imaginar o futuro…e mesmo assim não paramos de ver.

Não há como negar que estamos diante de um romance digno de Nicholas Sparks, apesar do autor não ter nenhuma participação dessa vez. Com direito a brigas, gestos extremamente românticos, um homem atraente e uma mulher igualmente bonita, Uma Razão Para Começar vem para suprir a cota de filmes do gênero de 2017. Não se engane com os clichês, pois apesar de estarem ali, ainda conseguem culminar em uma narrativa prazerosa de se ver. Drew Waters estreia nas telas com uma adição a um mercado pra lá de competitivo, mas não deixa o posto de iniciante intimidá-la, produzindo uma trama envolvente, simples e agradável.

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  • Muito Bom
4

Resumo

Em pleno século XXI, criar uma história de romance que seja original e não repetitiva é complicado. Não se engane com os clichês, pois apesar de estarem ali, ainda conseguem culminar em uma narrativa prazerosa de se ver. Drew Waters estreia nas telas com uma adição a um mercado pra lá de competitivo, mas não deixa o posto de iniciante intimidá-la, produzindo uma trama envolvente, simples e agradável em Uma Razão Para Recomeçar.