Crítica | Last Flag Flying reflete a qualidade de seu elenco

O Festival do Rio pode já ter acabado, mas a boa imagem de seus filmes permanece na cabeça de qualquer um que tenha tido a oportunidade de vê-los. Last Flag Flying foi uma dessas produções.

Alguns anos atrás – especificamente em 1973 – Hal Ashby foi o diretor de “A Última Missão”, uma comédia dramática que retratava a vida de dois oficiais da marinha norte-americana. Após receberem a missão de escoltar um cadete até uma prisão militar, eles resolvem levar o jovem soldado para festejar e curtir a vida. Devido ao enorme sucesso do filme, tendo ganho inúmeros prêmios e indicações, uma continuação foi produzida e enfim chegou aos cinemas, mesmo tendo demorado um bocado. A sequência foi desenvolvida por Richard Linklater, cineasta vencedor do Globo de Ouro por Boyhood.

O cenário atual se passa 30 anos após o final de seu precursor, em um tempo onde a Guerra do Vietnam ficou apenas na lembrança daqueles que nela viveram. Os personagens principais estão de volta, com alguns nomes tendo sido levemente alterados. Sal (Bryan Cranston) se tornou um bêbado, dono de bar e pouco preocupado com o que pensam sobre ele; Mueller (Lawrence Fishburne) encontrou forças nas palavras de Deus e se tornou um pastor; Larry (Steven Carell) não conseguiu se desvencilhar das forças armadas e trabalha em uma função administrativa.

Foto via: Imagem Filmes

Com esses três grandes nomes no elenco não era difícil imaginar que o resultado seria de extrema qualidade. Cranston lidera o trio com suas piadas, seu jeito rabugento e suas jogadas engraçadas nas situações desconfortáveis. Mulherengo e adepto de costumes nada religiosos, lidera boa parte dos diálogos controversos e engraçados com Mueller, que defende o lado da fé sempre que pode. Steven Carell faz o que ele sabe fazer de melhor: ser a parte antiquada e da velha guarda, adepto aos hábitos tradicionais e tentando atrair a atenção dos amigos a qualquer custo. Serve de apaziguador durante as inúmeras discussões entre os pensamentos opostos dos amigos.

Construído no maior estilo norte-americano de ser, Last Flag Flying retrata bem as consequências que uma guerra pode ter na vida de um ser humano, mesmo anos depois. Trazendo de volta o conhecido molde de velhos amigos se reunindo, prontos para viver uma última aventura juntos e reviver memórias passadas, o longa não decepcionou e soube aproveitar o talento de seus protagonistas para desenvolver os clichês. Assim como aconteceu em “Despedida em Grande Estilo”, comédia estrelada por Morgan Freeman, Michael Caine e Alan Arkin em 2017, o filme se forma ao redor de seu elenco e cai na graça do público por causa disso.

Mesmo com um roteiro morno, Linklater aplica um requinte de elegância ao mesmo e o transforma em algo com grande poder de cativar o espectador. Comédia de qualidade somada a críticas delicadas ao governo norte-americano, interpretadas por nomes como Bryan Cranston e Steve Carell, não poderia dar errado. Está longe de ser o melhor filme do ano, mas sem dúvidas que irá divertir o público.

O filme chega aos cinemas no dia 03 de novembro de 2017.

Foto via: Imagem Filmes
  • Muito Bom
4

Resumo

Last Flag Flying foi exibido no Festival do Rio e fez sucesso entre o público. Com o tradicional molde de filmes norte-americanos, onde velhos amigos se reencontram para viver uma última ventura, o longa conta com o imenso talento de seus protagonistas para tomar forma e cair nas graças do espectador. Certamente uma ótima continuação para seu precursor.

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