A sequência não esperada do clássico dos anos 90 conta a história de quatro adolescentes que encontram, por acaso, um antigo videogame, e são enviados para uma selva adquirindo a forma dos seus avatares no game.
Você já deve ter imaginado como seria se o Jumanji original pudesse ser produzido com a tecnologia utilizada atualmente por Hollywood. A nova produção deve matar a curiosidade de muitos, mas nem tudo são flores, pois os efeitos gráficos utilizados no longa são de encher os olhos, principalmente os animais exibidos em tela com um nível de detalhamento gráfico e movimentação impressionantes, porém, infelizmente, um bom filme não é feito somente de efeitos visuais.
Mesmo encabeçado por um elenco de peso, com nomes como Dwayne Johnson, Kevin Hart, Jack Black e Karen Gillian as atuações não são excepcionais. Culpa em grande parte do roteiro que se baseia em personagens rasos, caricatos e presos em estereótipos, sendo o maior exemplo o personagem vivido por Kevin Hart. Dentre todos, o grande destaque fica por conta de Jack Black, que, interpretando uma adolescente egocêntrica e narcisista , consegue arrancar bons risos do espectador. Isso não significa que os outros personagens fiquem atrás no quesito humor, mas eles somente trabalham ao máximo dentro do permitido pelo roteiro.
Com perseguições que se repetem a cada nova fase que os personagens cruzam, o longa não consegue manter um ritmo, oscilando bruscamente entre cenas agitadas e sequências lentas que não acrescentam muito ao desenvolvimento da trama. Apesar da tentativa falha de entregar sequências eletrizantes, são os diálogos rasos recheados de piadas forçadas que acabam transformando a produção em algo genérico. Aliás, isto é um forte indício de que 119 minutos são um exagero.
No entanto, o maior erro foi se chamar Jumanji. Isto tornou a produção alvo de inevitáveis comparações com seu predecessor e, apesar de tentarem transparecer o mesmo ar aventureiro presente no filme de 1995, acabam entregando um filme de ação cheio de tiroteios e perseguições repetitivas. Aquele misto de curiosidade com aflição que o primeiro filme passou não existe aqui.
O artifício utilizado para explicar como um jogo de tabuleiro se transforma em um jogo virtual não convence, e deixa claro que a intenção nunca foi fazer uma sequência digna, e sim uma produção com objetivo puramente financeiro. Existe quem diga que esta sequência será para esta geração o que o filme original foi para as crianças da década de 90, entretanto, sem dúvidas, não entrega a mesma qualidade e nem mesmo algo inovador.
Jumanji: Bem vindo a selva é divertido, mas nada além disso. A produção não consegue entregar ao menos uma cena boa o suficiente para fazer com o filme fique marcado na memória.
Resumo
Jumanji: Bem vindo a selva é divertido, mas nada além disso. A produção não consegue entregar ao menos uma cena boa o suficiente para fazer com o filme fique marcado na memória.