Crítica | Homem-Aranha: Longe de Casa

Reprodução/Sony Pictures

Homem-Aranha: Longe de Casa é a sequência direta dos acontecimentos de Vingadores: Ultimato e a conclusão da Saga do Infinito. Nesta jornada, acompanhamos Peter Parker em sua viagem à Europa e o surgimento dos Elementais, que o obrigam a vestir seu traje de vigilante e abandonar as férias com seus colegas de classe para salvar o mundo mais uma vez.

O filme continua com o mesmo tom e humor de De Volta ao Lar, com cenas descontraídas e que servem aos personagens ao longo de toda história. Jon Watts, o diretor do filme, opta por mostrar as consequências do estalar de dedos pelo ponto de vista dos estudantes e torna os diálogos e até documentários a respeito de forma inocente e até hilária em um momento específico. É clara a influência que John Hughes têm desde o primeiro filme, principalmente nas situações tragicômicas que envolvem Peter Parker em seu relacionamento com seus colegas e, especialmente, com Michelle Jones, a MJ.

É nítido que a Marvel vem construindo aos poucos o amadurecimento do Homem-Aranha como o herói que conhecemos, e Longe de Casa é especificamente sobre isso: amadurecer. A responsabilidade de ser um próximo Homem de Ferro cai nos ombros de Peter Parker, um garoto de 16 anos que ganhou seus poderes por acidente. Peter já perdeu seus pais, seu Tio Ben e, agora, sua outra figura paterna, Tony Stark. O filme trabalha bem essa transição e a perca de inocência; ele não é mais um garoto, agora ele tem que assumir seu papel e ser muito mais do que isso. Esses conflitos que o roteiro traz lembram muito Homem-Aranha 2 (Sam Raimi, 2004) e muito do que vemos nos quadrinhos: a escolha entre uma vida normal e uma vida de herói.

Um dos pontos que vale ser ressaltado é como evoluíram os efeitos especiais e as cenas de ação que envolvem o Homem-Aranha. Em De Volta ao Lar e Guerra Civil, era nítido que o personagem era completamente digital. Neste filme, as cenas estão irretocáveis e os fãs da movimentação que existia nos filmes do Andrew Garfield vão amar ver o Cabeça-de-Teia se balançando pelos prédios. E todas as cenas que envolvem o vilão Mysterio também são de cair o queixo; a solução visual que escolheram para representar os poderes dele é uma das melhores sequências de todos os filmes do aracnídeo.

As atuações são outro destaque a parte. Tom Holland é o Peter Parker e enche a tela sempre que aparece em cena. É nítido como ele está mais confortável no papel com o passar do tempo e ele entrega uma performance muito superior a do primeiro longa – que já era ótima. Jake Gylenhall dá vida um personagem denso e mutável e mostra como consegue mudar de tom e personalidade ao decorrer da história.

E nem tudo é perfeito em Longe de Casa, como o próprio romance entre Peter Parker e Michelle Jones, que falta química e não cativa a audiência da forma que deveria. Não há nenhum motivo no filme para ambos estarem atraídos emocionalmente um pelo outro, simplesmente está lá sem nenhum desenvolvimento que nos faça torcer para que isso aconteça. Alguns personagens secundários do primeiro filme também ficam apagados neste, com alguns diálogos e piadas que não funcionam e servem só pra levar a turma de ponto A para ponto B sem que o espectador se perca entre as viagens pelas cidades da Europa. A trilha sonora é outro ponto fraco, onde ouvimos uma mescla do tema do Homem-Aranha feito por Michael Giacchino em ritmos diferentes do começo ao fim do filme.

Homem-Aranha: Longe de Casa é um ótimo filme, muito superior ao primeiro e mostra como a Marvel Studios trata com carinho e respeito o maior herói de sua galeria. Uma história de amadurecimento, sobre perder a inocência e assumir responsabilidades.

4

Ótimo

Homem-Aranha: Longe de Casa é a sequência direta dos acontecimentos de Vingadores: Ultimato e a conclusão da Saga do Infinito. Nesta jornada, acompanhamos Peter Parker em sua viagem à Europa e o surgimento dos Elementais, que o obrigam a vestir seu traje de vigilante e abandonar as férias com seus colegas de classe para salvar o mundo mais uma vez.