Podemos contar nos dedos os filmes ruins estrelados por Meryl Streep. Mesmo em produções com enredo raso, a atriz consegue trazer as atenções para si e exercer papéis maravilhoso e memoráveis. Em Florence: Quem é Essa Mulher? não foi diferente, e Meryl deu vida a uma personagem tão icônica e, ao mesmo tempo, desconhecida na história da música. Contando com a colaboração de seus colegas de elenco, ela liderou a história do início ao fim, trazendo o público para a época. Mesmo interpretando uma figura com poucos dotes musicais, podemos perceber em breves momentos, a bela voz que Streep tem. Não poderia haver melhor pessoa para interpretar uma personagem como Florence.
Florence Foster Jenkins foi uma cantora norte-americana dos anos 40, tendo ficado famosa por não acertar uma única nota nas músicas que cantava. Basicamente, era uma cantora que não sabia cantar. No filme, Florence (Meryl Streep) arrecadava fundos para manter a música ativa, através de pequenos espetáculos para alta sociedade, onde muitas vezes atuava como atriz. Seu grande desejo, contudo, era cantar e brilhar nos palcos como soprano. Por mais que não soubesse, sua influência e patrimônio faziam o público aplaudi-la de pé, além de encorajá-la a continuar.
Florence é casada com St. Clair Bayfield (Hugh Grant), um ator falido que vive um romance com outra mulher, mas que faz de tudo para ver sua esposa feliz (como comprar todos os jornais que falam mal de sua voz). Mesmo após tantos anos, Grant ainda interpreta o galã dos sonhos femininos, vivendo a vida do tradicional malandro aproveitador. St Clair é o responsável pelos momentos felizes da velha atriz, seja em peças de teatro ou encorajando seu sonho de cantar (mesmo que para isso, tenha de subornar críticos de músicas e repórteres). Apesar da bigamia, ele vive sua vida em função de Florence e do dinheiro que dela recebe, passando boa parte do tempo a seu lado, inclusive em seus momentos finais.
Outro grande destaque da obra é a atuação de Simon Helberg como o pianista Cosmé McMoon, oferecendo toda a diversão que já conhecemos em The Big Bang Theory, somada a responsabilidade de interpretar um personagem no cinema. McMoon permaneceu ao lado de Florence em todas as suas apresentações e, mesmo sendo contra sua intuição, a acompanhou desde o início de sua jornada, além de defendê-la perante as críticas negativas. Helberg parece ter nascido para o papel, visto que não exerce grandes esforços para divertir o público.
Florence: Quem é Essa Mulher ? nos lembra as clássicas comédias “hollywoodianas”, somadas a um pouco de música e a personagens marcantes. O filme não é muito longo, mas não se apressa em contar a história, tendo a duração necessária para marcar presença e sair antes que o público desanime. Além disso, o lado comédia não é exagerado a ponto de ser um tradicional besteirol americano, mas tem a dosagem certa para fazer-nos sorrir. Por fim, tanto a fotografia quanto os figurinos estão excepcionais, corroborando para a energia do enredo e levando o espectador para aquela época. Somos transportados pelos anos e é possível incorporar a animação.
Finalmente, por mais que não seja do mesmo estilo da maioria de seus concorrentes no Oscar, filmes densos e longos, Florence: Quem é Essa Mulher? marca presença. Com uma história radiante e divertida, a trama consegue ilustrar a vida de um ícone da música norte-americana, até então desconhecido para muitos. Contando com o talento magistral de Meryl Streep e Hugh Grant, e uma excelente atuação de Simon Helberg, o filme é enérgico e sutil, oferendo-nos doses de drama, comédia e até mesmo musicais. Definitivamente, está a altura de sua indicação.
Resumo
Florence: Quem é Essa Mulher ? nos lembra as clássicas comédias “hollywoodianas”, somadas a um pouco de música e a personagens marcantes. Com uma história radiante e divertida, a trama consegue ilustrar a vida de um ícone da música norte-americana, até então desconhecido para muitos. Contando com o talento magistral de Meryl Streep e Hugh Grant, e uma excelente atuação de Simon Helberg, o filme é enérgico e sutil, oferendo-nos doses de drama, comédia e até mesmo musicais. Por fim, tanto a fotografia quanto os figurinos estão excepcionais, corroborando para a energia do enredo e levando o espectador para aquela época. Somos transportados pelos anos e é possível incorporar a animação.