Crítica | Extraordinário honra seu título com ótima produção

Um dos filmes mais esperados do ano finalmente chegará aos cinemas na próxima semana. Extraordinário, baseado no best-seller homônimo de R. J. Palacio, arrebatou uma multidão de fãs ansiosos por sua estreia. Lançado pela Lionsgate, o longa conta com nomes como Julia Roberts, Jacob Tremblay e Owen Wilson no elenco e, como se a história não fosse bonita o suficiente, os intérpretes dão ainda mais vida ao belo universo criado pelo autor.

Extraordinário já possuía a fórmula pronta para o sucesso. A bela história de Auggie e sua luta por uma vida normal comoveu leitores ao redor do mundo. Qual não foi a satisfação de todos, quando o mais novo queridinho de Hollywood, Jacob Tremblay, foi escalado para o papel principal? Mesmo com uma trama simples e sem muitos efeitos, havia a necessidade de uma atuação sublime por parte do menino, que mais uma vez mostrou o porque de toda a atenção que vem recebendo. Tremblay encara o desafio como gente grande, roubando para si toda a atenção do espectador – assim como Auggie faz no livro.

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O filme retrata a vida de August Pullman, ou Auggie, que nasceu com uma síndrome genética rara. Como consequência, o menino nasceu com deformidades faciais severas e, apesar de inúmeras cirurgias, não houve muito o que se pudesse fazer para mudar a aparência do garoto. Em questão de segundos já nos vemos encantados por Auggie e todo o seu esforço para ser feliz. Ao adicionar situações inéditas a trama original, o diretor Stephen Chbosky conseguiu deixar o personagem ainda mais adorável. Devemos levar em consideração que muitos não leram o livro e Chbosky torna a história compreensível e coesa para ambos os públicos.

Há pontos positivos e negativos ao se adaptar uma história para o cinema, mas devemos lembrar que não se trata de uma cópia e sim uma adaptação. Ao mesmo tempo em que momentos foram “esquecidos”, outros surgiram para ilustrar melhor alguns momentos. Algumas mudanças foram desnecessárias, já que manter o original não iria afetar em nada no conjunto e só traria resultados positivos com os fãs. Entretanto, após assistir as quase duas horas de filme, não há o que se criticar de Extraordinário – apenas que acaba rápido demais, e saímos da sessão querendo pelo menos mais 120 minutos de Auggie e sua turma.

Divulgação/Lionsgate

Não há como falar de Extraordinário e não dar os devidos créditos ao elenco que gira em torno de Tremblay. Julia Roberts interpreta a mãe de Auggie e nos oferece mais uma amostra se seu enorme talento e versatilidade. Apesar de dividir o posto de responsável pelo garoto com Owen Wilson, no papel de Nate Pullman (o pai), recai sobre ela todos os maiores problemas envolvendo o filho. Roberts transparece para o espectador toda a emoção que está sentindo, nos levando a consultar os lenços de papel mais de uma vez. O talento de Wilson não é fortemente requisitado, mas o ator consegue aliviar o clima tenso com suas piadas e brincadeiras bobas.

Outro ponto que me agradou em Extraordinário, foi a divisão da história em capítulos, assim como acontece no livro. Há muito acontecendo ao redor dos problemas de Auggie e Chbosky repete a façanha de Palacio, nos mostrando os diferentes pontos de vista de todos os personagens. É importante deixar claro que o menino é o centro de todas as cenas e situações, mas não o único. Assim como seus pais, a irmã de Auggie, Via (Izabela Vidovic), enfrenta os problemas típicos da adolescência. A briga com a melhor amiga, o surgimento do primeiro amor e o fato de sempre viver as sombras do irmão mais novo podem ser demais para uma menina da sua idade. E Vidovic constrói a personagem de maneira mais natural possível.

Divulgação/Lionsgate

Por fim, não podíamos falar de Extraordinário sem mencionar as crianças, até porque são elas que roubam a cena durante boa parte do filme. Durante sua luta diária para ser aceito, Auggie cruza com alunos de sua nova escola. Alguns estão dispostos a recepcioná-lo da maneira mais calorosa possível, enquanto outros atingem um nível de crueldade necessário para chocar o público. Apesar da pouca idade, os jovens protagonizam cenas complexas, com diálogos inteligentes e não se esquecem da graciosidade que os caracteriza. Ao lado de Tremblay, Noah Jupe (Jack Will), Millie Davis (Summer) e Bryce Gheisar são os grandes destaques infantis em Extraordinário.

Um filme feito por crianças, mas com um conteúdo tão maduro e necessário, que deveria ser assistido por todo tipo de público. Definitivamente uma ótima adaptação da obra de R. J. Palacio. Extraordinário chega aos cinemas no dia 07 de dezembro.

  • Muito Bom
4

Resumo

Extraordinário não poderia ter um título diferente. O filme consegue adaptar muito bem a história de R J Palacio, acrescentando situações necessárias para um maior compreendimento do público. A história original já foi suficiente para arrematar uma multidão de fãs pelo mundo e a escalação do maravilhoso elenco apenas contribuiu para o sucesso.

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